Somente um extraterrestre seria capaz de acreditar que Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, levaria até o fim sua hilária candidatura à Presidência da República. Integrante do grupo conhecido como “Menudos, pero no mucho, do Democratas” – filhos dos caciques do antigo PFL –, Rodrigo Maia sempre foi um parlamentar inexpressivo, que conquistou um espaço ao sol quando o calvário de Eduardo Cunha saiu do controle.
Com o afastamento de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, na esteira de seu envolvimento em escândalos de corrupção, Maia ascendeu ao cargo por conta de acordo com partidos de esquerda, principalmente com o PT, legendas que o Democratas sempre criticou e jamais teve bom relacionamento. Porém, como a política nacional não é movida pela lógica e pela coerência, Rodrigo Maia foi eleito para um mandato-tampão, com a promessa de não concorrer à reeleição.
Como na seara política promessa vale nada, Maia tomou gosto pelo poder e foi reconduzido ao cargo, mais uma vez à sombra de acordos nada republicanos, com a ajuda de alguns corruptos conhecidos. Coisas da política tupiniquim. Desde a chegada de Michel Temer à Presidência da República, Rodrigo Maia adotou o proxenetismo político para estar em evidência. O que lhe rendeu críticas e galhofas aos bolhões, mas cargos e benefícios dúbios.
Acreditando ser o mais novo gênio da política nacional, Maia anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República, mas, como afirmou o UCHO.INFO à época, tudo não passava de um chiste estratégico para impulsionar seu projeto de reeleição à Câmara dos Deputados. Com a ressalva de que corre o risco de tropeçar nas urnas. Com a oficialização do apoio do “Centrão” à candidatura de Geraldo Alckmin, anunciada nesta quinta-feira (26), o mentiroso plano de Maia ruiu.
Ciente de que não tem cacife político para assumir o comando do País, mas crente de que será reeleito – há quem garanta que não –, Rodrigo Maia não abandou Ciro Gomes e aceitou apoiar Alckmin gratuitamente. No balcão de escambos que é o chamado “Centrão”, Maia exigiu em troca apoio à sua recondução à presidência da Câmara. No que foi prontamente atendido.
Geraldo Alckmin é hábil nos bastidores e crédulo por princípio, mas, se eleito, não precisará de muito tempo para saber quem de fato é Rodrigo Maia, que antes das eleições já começou a apresentar suas faturas em forma de carnê. Alckmin que se cuide, pois do “bom-mocismo” de Rodrigo Maia o inferno está cheio. Talvez o Brasil tenha se transformado no reduto de lúcifer.