Enquanto alguns adversários estão sem candidato a vice, Alckmin tem dois bons nomes para escolher

Ainda que o chamado “Centrão”, que se aliou ao tucano Geraldo Alckmin em sua caminhada ao Palácio do Planalto, tenha a essência de balcão de negócios e outras atividades não recomendáveis, o candidato tucano não sofre do mal que atormenta alguns de seus adversários: a indefinição de um nome para ocupar a vaga de candidato a vice. Enquanto tem pelo menos dois bons candidatos a vice para escolher, Alckmin conta com diversos aliados envolvidos em escândalos.

Em relação à vaga de vice, o primeiro bom nome é o da senadora Ana Amélia, do PP gaúcho, que chegou a ser cotada para concorrer ao Palácio Piratini, com chances de vitória, mas a direção do partido não conseguiu enxergar a realidade dos fatos com o devido pragmatismo.

Jornalista, Ana Amélia Lemos, que tem sua atuação como parlamentar reconhecida até mesmo pelos adversários, optou pela reeleição, mas é grande a chance de ser escolhida como candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin. O que, se confirmado, agregará muito à candidatura do tucano, que enfrenta problemas na região Sul do País. Além disse, Ana Amélia facilitará a interlocução com o eleitorado feminino.

Outro nome no radar da candidatura de Alckmin, gostem ou não os direitistas de plantão, é o deputado federal Aldo Rebelo, de São Paulo, comunista histórico (ele se diz socialista) e atualmente filiado ao Solidariedade. Rebelo sempre militou na esquerda, tendo ocupado vários cargos nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.


Após quarenta anos de PCdoB, Aldo migrou para o PSB, mas menos de um ano depois filiou-se ao Solidariedade, partido comandado por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Essa mudança repentina, que surpreendeu a muitos, resultou da aproximação do PSB com Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, com que Rebelo não tem boa sintonia.

Aldo Rebelo também é candidato a novo mandato na Câmara e sua reeleição é dada como certa, mas uma eventual indicação para compor chapa com Alckmin ajudaria o candidato do PSDB a angariar os votos indecisos da esquerda moderada, já que Lula é carta fora do baralho.

Além disso, Rebelo oi ministro da Defesa no governo Dilma e até hoje transita com invejável destreza nas Forças Armadas, onde é respeitado por muitos graduados oficiais das três Armas. O que pode ajudar a cabalar votos em alguns flancos da direita liberal

Alagoano de Viçosa, Rebelo foi também ministro de Ciência e Tecnologia, no governo Dilma, e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, no governo Lula. Além disso, presidiu a Câmara dos Deputados, entre setembro de 2005 e janeiro de 2007. Ou seja, conhece as filigranas do Executivo, ao mesmo tempo que sabe como negociar no Legislativo.