Na esteira do projeto de consolidação de uma ditadura comunista na Nicarágua, a cleptocracia homicida de Daniel Ortega valeu-se do conceito da reciprocidade diplomática e pediu que sua representante em Brasília, a embaixadora Lorena Martinez, retornasse a Manágua.
A decisão é uma resposta ao governo brasileiro, que chamou seu embaixador no país centro-americano para prestar esclarecimentos sobre a situação que culminou com o assassinato da estudante pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos.
Raynéia, que vinha reclamando da violência no país, morreu na noite da última segunda-feira (23) após ser atingida por tiros de fuzil disparados por paramilitares em Manágua, cidade onde cursava o último ano de Medicina e trabalhava. A relação diplomática entre ambos os países está estremecida desde então.
O retorno de Lorena Martinez a Manágua ocorreu na quinta-feira (26), após a diplomata ser convocada pelo Itamaraty para prestar esclarecimentos sobre a morte da estudante brasileira.
Mesmo com o comparecimento de Martinez ao Ministério de Relações Exteriores, o governo brasileiro ainda aguarda informações sobre o caso, que certamente não serão fornecidas, pois a Nicarágua vive um momento de tensão política.
Por essa razão, o ministro Aloysio Nunes solicitou, na terça-feira (24), que o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe, retornasse ao Brasil para reportar a situação vivida no local.
A Nicarágua vive uma violenta onda de protestos desde abril, em que manifestantes pedem a renúncia do truculento Daniel Ortega. O presidente tem respondido com violência aos protestos, sendo que mais de 360 pessoas já foram mortas. A atitude de Ortega gerou advertências de diversos órgãos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Por outro lado, a esquerda latino-americana, a começar pelo Partido dos Trabalhadores, continua mantendo um covarde e obsequioso silêncio diante da barbárie patrocinada por Ortega. No máximo tem se limitado à emissão de pífias notas, em que pede a solução pacífica do conflita através da discussão política, como fez o PT, organização criminosa travestida de partido político.