Após o fracasso midiático da greve de fome de militantes do PT, Gleisi convoca jejum nacional por Lula

Esgota-se com o passar do tempo, assim como cai na vala do ridículo, o estoque de truques e artimanhas para manter Lula, o alarife do Petrolão, no noticiário nacional. Em evidente sinal de esgotamento de criatividade, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, está convocando um jejum nacional para o próximo sábado, 4 de agosto.

Absurda, a proposta é marcada pelo desespero que cresce com a proximidade das eleições, mas o ato sugerido por Gleisi coincide com a oficialização da candidatura de Lula à Presidência e tenta ser uma manifestação de solidariedade aos militantes que farão greve de fome pela liberdade do ex-metalúrgico, que cumpre pena de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Greve de fome em solidariedade aos que pretendem fazer greve de fome parece bizarro até mesmo para o PT, partido que, desde a prisão de Lula, vem se empenhando em estender a seara utópica do ridículo. A greve de fome dos militantes, que não conseguiu atrair a atenção da mídia pelo seu evidente caráter factoide, foi adiada várias vezes. Anunciada no início de julho, agora foi transferida para o início de agosto.


Ao que parece, Gleisi Helena e o PT conseguirão desmoralizar o conceito de greve de fome, que costuma ser um evento sério, não raro com desdobramentos dramáticos em outras plagas. No Brasil, a prática não é usual e, como tudo o mais, não costuma ser levada à sério. A do PT já começou mal, com o partido terceirizando o sacrifício para militantes da Via Campesina, um dos braços agrários do petismo.

A ideia de que milhares, quem sabe milhões, deixarão de comer em apoio aos grevistas da Via Campesina e da liberdade de Lula é vista com incredulidade e mesmo com alguma ironia até mesmo por veículos que costumam abrigar com seriedade as maiores sandices midiáticas idealizadas pelo PT.

Em vez de se preocupar com a eventual liberdade de um criminoso comum que acabou na prisão por participação destacada no maior esquema de corrupção que se tem notícia, Gleisi Hoffmann deveria tomar coragem e explicar aos brasileiros de bem sua decisão de nomear um pedófilo conhecido para cargo de assessor especial na Casa Civil da Presidência da República. Condenado a mais de cem anos de prisão, o petista Eduardo Gaieviski foi incumbido por Gleisi de comandar os programas federais destinados a crianças e adolescentes, no melhor estilo “o urso e o pote de mel”.