Sem citar nome de Lula, presidente do TSE deixa claro que condenado em segunda instância é inelegível

Os planos de Lula em relação à eleição presidencial estão desmoronando, como já era esperado, mas o Partido dos Trabalhadores insiste na candidatura do ex-metalúrgico como forma de tentar salvar a legenda de uma retumbante derrocada, a exemplo do que ocorreu nas eleições municipais de 2016.

A piora da situação de Lula, que vem ocorrendo diariamente, ganhou novo capítulo nesta terça-feira (31). Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luiz Fux, que também integra o STF, afirmou de maneira clara que condenados em segunda instância são inelegíveis. É o que determina a Lei da Ficha Limpa.

Durante evento em uma escola da capital baiana, o ministro, sem mencionar o nome do petista, declarou que “um político enquadrado na Lei da Ficha Limpa não pode forçar uma situação, se registrando, para se tornar um candidato sub judice”.

Coincidência ou não, a estratégia do PT é exatamente essa, ou seja, usar até o último instante todas manobras jurídicas para tentar viabilizar a candidatura de Lula, como se no Brasil inexistissem leis.


Nos bastidores do PT, apesar da resistência de alguns aduladores de plantão, começa a crescer o número de “companheiros” que concordam com a tese de que Lula está inelegível e que é preciso definir com celeridade um “plano B”. Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad tem afirmado repetidas vezes que não será candidato à Presidência, mas nos últimos dias aumentaram as citações ao seu nome como eventual substituto de Lula na corrida presidencial.

A questão que surge nesse cenário é se Lula ainda tem cacife político para transferir votos para Haddad, que teria a árdua missão de terminar o primeiro turno em boa colocação, caso não consiga passar ao segundo. Um bom desempenho no primeiro turno ajudaria o partido na eleição de deputados federais e estaduais.

Contudo, há que garanta que Lula pode mudar de ideia e aceitar a proposta de o PT participar da chapa de algum candidato de esquerda à Presidência, eventualmente Ciro Gomes (PDT), indicando um postulante ao cargo de vice-presidente. Caso faça isso, Lula corre o risco de perder o controle do partido, algo que para ele será muito pior do que a derrota na eleição presidencial.