Potencial de transferência de voto de Lula não é tão grande e certo quanto imaginavam os petistas

Diferentemente do que pensava a maioria dos petistas, a capacidade de Lula de transferir votos para alguns “companheiros” que participarão das eleições de outubro próximo não pode ser considerada como favas contadas.

A estratégia de manter a candidatura do ex-presidente, apesar da sua incontestável inelegibilidade, tinha como meta principal colocar em boa posição um candidato do partido na corrida presidencial, além de alavancar a eleição de deputados federais da legenda, o que impacta diretamente no cálculo do fundo partidário.

Se por um lado o petista-mor lidera as pesquisas de opinião (37%) em que seu nome aparece como candidato ao Palácio do Planalto, por outro Lula não consegue transferir a Fernando Haddad, por exemplo, esse capital político eleitoral. Haddad, que é o substituto imediato do ex-metalúrgico na disputa pela Presidência da República, aparece na pesquisa Ibope em quinto lugar, com 4% das intenções de voto.


É fato que a propaganda eleitoral ainda não começou, mas o Ibope revela que 39% dos eleitores de Lula não votariam em Fernando Haddad. Mesmo assim, o ex-prefeito da cidade de São Paulo poderá conquistar a simpatia dessa fatia arredia do eleitorado petista, conseguindo votos em número suficiente para chegar ao segundo turno. A missão é extremamente difícil, na opinião do UCHO.INFO, mas não é impossível.

Esse potencial de transferência de voto de Lula também mostra-se pouco convincente no estado de São Paulo, onde o “companheiro” Luiz Marinho, candidato ao Palácio dos Bandeirantes, ainda não decolou. Ex-prefeito de São Bernardo do Campo e político muito próximo a Lula, Marinho aparece em quatro lugar na pesquisa Ibope, com 4% das intenções de voto.

O cenário é intrigante, pois no estado de São Paulo o ex-presidente lidera a corrida ao Palácio do Planalto com 26% das intenções de voto. Contudo, causa cada vez mais estranheza o fato de um condenado à prisão por corrupção e lavagem de dinheiro ser candidato e liderar as pesquisas de opinião. É sabido que ainda é preciso uma manifestação da Justiça Eleitoral acerca da inelegibilidade de Lula, mas a inserção de seu nome nas pesquisas serve apenas para tumultuar o que há muito transformou-se em uma barafunda.