Gleisi evita falar sobre as misteriosas palestras de Lula, mas preocupa-se com as de Dallagnol

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann tem se preocupado com assuntos que fogem da seara petista, mas assim age porque precisa jogar para o eleitorado em busca de votos que garantam um mandato como deputada federal, pois a reeleição ao Senado está descartada.

A senadora quer que as autoridades tomem providências em relação às palestras ministradas por Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba. “CNMP, PGR, que providências vão tomar a respeito?! É uma agressão ao povo trabalhador brasileiro, ao povo pobre que sofre com desemprego, com a crise. Funcionário de alto escalão, cheio de regalias, usa o cargo público para se promover e ganhar dinheiro”.

De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, Dallagnol cobra, por palestra, “R$ 35 mil, além de passagem aérea, estadia, alimentação e extras — para ele e um acompanhante”.

Em 2016, o procurador ministrou 12 palestras e recebeu R$ 219 mil. De acordo com Dallalgnol, os valores das palestras são doados a um hospital do Paraná que trata crianças com câncer. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já considerou o procedimento regular.


Gleisi Hoffmann não é a pessoa mais recomendada para se preocupar com as palestras de Dallagnol, apesar de o UCHO.INFO considerar que esse tipo de atividade em algum momento gera conflito de interesses. A senadora poderia explicar aos brasileiros de bem as denúncias no âmbito da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal, em que seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo Silva (Planejamento e Comunicações) é acusado de comandar um esquema criminoso que subtraiu mais de R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados através do sistema Consist.

Nas investigações da Custo Brasil, Gleisi aparece como beneficiária do esquema criminoso que funcionou deliberadamente no Ministério do Planejamento, sendo que até o salário do seu motorista e o videogame dos filhos foram pagos com dinheiro desviado dos servidores.

Em vez de destilar falso moralismo em período eleitoral, Gleisi Helena deveria se preocupar com as fantasmagóricas palestras de Lula. Até o momento, não se em notícia de alguém que tenha participado de alguma palestra do ex-presidente, que está preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro.

Em depoimento à Justiça, Lula alegou que cobrava US$ 200 mil por palestra. Considerando que o petista-mor é um embusteiro profissional, somente uma empresa envolvida em esquema de corrupção é capaz de desembolsar essa dinheirama por uma palestra, como forma de dar ares de legalidade ao pagamento da propina.