Diferentemente do que propagam seus seguidores nas redes sociais, que ao arrepio da lógica aritmética afirmam que Jair Bolsonaro vencerá a corrida presidencial no primeiro turno com mais de 60% dos votos válidos, o candidato do PSL ao Palácio do Planalto tem, segundo a mais recente pesquisa Ibope, 22% das intenções de voto. Isso significa que o capitão reformado do Exército “bateu no teto” em termos de intenções de voto, já que na pesquisa anterior do instituto ele pontuou com 20%. Considerando que a margem de erro de ambas as pesquisas é de 2 pontos percentuais, Bolsonaro oscilou dentro desse intervalo, ou seja, está “cristalizado”.
Bolsonaro, cuja proposta é resolver os problemas do País na base da truculência e da violência, é seguido por Marina Silva (Rede), com 12%; Ciro Gomes (PDT), 12%; Geraldo Alckmin (PSDB), 9%; Fernando Haddad (PT), 6%; Alvaro Dias (Podemos), 3%; João Amoêdo (Novo), 3%; Henrique Meirelles (MDB), 2%; Guilherme Boulos (PSol), 1%; Vera (PSTU), 1%; João Goulart Filho (PPL), 1%; Cabo Daciolo (Patriota), 0%; e Eymael (DC), 0%. Brancos e nulos somaram 21%, enquanto 7% dos entrevistados não responderam.
Para quem já se considera eleito, a situação de Jair Bolsonaro não é das mais confortáveis. Um dos fatores que passa ao largo da opinião pública, mas em uma disputa eleitoral precisa ser considerado e acompanhado com atenção, o índice de rejeição preocupa a equipe de Bolsonaro, pois está em 44%. Faltando aproximadamente um mês para o primeiro turno, reverter esse quadro é tarefa quase impossível para um candidato que tem o radicalismo e a intolerância como principais bandeiras de campanha.
Ainda na seara dos índices de rejeição, Marina Silva aparece em segundo lugar com 26%, seguida por Fernando Haddad (23%), Geraldo Alckmin (22%), Ciro Gomes (20%), Henrique Meirelles (14%), Cabo Daciolo (14%), Eymael (14%), Alvaro Dias (13%), Guilherme Boulos (13%), Vera (13%), João Amoêdo (12%) e João Goular Filho (11%).
O cenário torna-se ainda mais complexo para Bolsonaro na seara das simulações de segundo turno. Em eventual disputa com Ciro Gomes, o capitão reformado seria derrotado pelo pedetista por 44% dos votos a 33%. No enfrentamento com o tucano Geraldo Alckmin, a derrota seria de 41% a 32% dos votos. Com Marina Silva, o placar ser de 43% a 33% dos votos a favor da candidata da Rede. Contra Fernando Haddad, o capitão reformado leva vantagem de 1 ponto percentual – 37% a 36% dos votos –, mas é preciso considerar que o candidato petista ainda não entrou oficialmente em campanha.
A exemplo do que vem afirmando o editor do UCHO.INFO, tanto neste portal quanto no programa “QUE PAÍS É ESSE?”, engana-se quem pensa que o discurso radical de Jair Bolsonaro eliminará o PT do cenário político nacional. De chofre é preciso ressaltar que extirpar uma corrente política não deveria ser plataforma de campanha de um candidato à Presidência da República. Quando isso acontece, está configurada uma clara ameaça à democracia, ao mesmo tempo em que fica patente a incapacidade do postulante ao cargo.
Ademais, o radicalismo e destemperança de Bolsonaro têm servido para dar sustentação não apenas ao PT, mas aos partidos alinhados à esquerda, que têm grandes chances de chegar ao poder central com a ajuda de um candidato que aposta o tempo todo no “bate e arrebenta” como solução. O PT corre o sério risco de não retornar à Presidência por causa da estratégia megalômana e equivocada de Lula, mas algum partido da esquerda há de subir a rampa do Palácio do Planalto com a ajuda de Jair Bolsonaro.