Após sinal verde do inelegível Lula, PT confirma Fernando Haddad como candidato à Presidência

Com o aval de Lula, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores confirmou, nesta terça-feira (11), durante reunião na capital paranaense, o nome de Fernando Haddad como o candidato do partido à Presidência da República e de Manuela D’Ávila (PCdoB) como vice na chapa.

Haddad substitui o ex-presidente, cuja candidatura foi rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Lima, em virtude de condenação em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava-Jato.

A decisão de substituir Lula por Haddad foi tomada na reta final do prazo de dez dias fixado pelo ministro Luís Roberto Barroso, durante julgamento no TSE em 1º de setembro.

Do encontro da cúpula petista, realizado no centro de Curitiba, participaram a presidente nacional do PT, senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann – que trabalhou nos bastidores contra Haddad e pela manutenção da candidatura de Lula –, a ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Lindbergh Farias (RJ), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, além de outros dirigentes da sigla. O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, que defende Lula e o PT nas questões eleitorais, também participou do encontro.


Fernando Pimentel disse, após deixar o encontro, que substituição de Lula por Haddad não é uma decisão a ser comemorada. “Nosso candidato era o Lula e deveria ser o Lula porque é o candidato que o povo gostaria. Diante dessa nova violência que está sendo cometida contra a democracia, nós vamos trocar (o candidato)”, disse.

“A transferência de votos (de Lula para Haddad) está acontecendo. As pesquisas indicam isso e vai daqui para a frente acelerar”, declarou.

É preciso ressaltar que essa troca de candidatos não significa que o PT desistirá dos muitos recursos apresentados às instâncias superiores da Justiça nos últimos dias, na tentativa de reverter a situação de Lula.

Considerando que o prazo final para a substituição de candidatos é 17 de setembro, válido para todas as chapas, eventual sucesso da defesa de Lula em algum dos recursos poderá mudar o cenário atual, o que seria um escárnio. O PT poderia substituir novamente o candidato à Presidência, de acordo com as regras eleitorais vigentes, sendo que a candidatura de Lula ficaria sub judice.

A possibilidade de isso acontecer é próxima de zero, pois o PT apostaria até o último limite em uma candidatura que em algum momento será barrada definitivamente após a análise da enxurrada de recursos.