Se a expressão popular “o gato subiu no telhado” de fato significa o inesperado surgimento de problema, no telhado da casa de João Agripino da Costa Doria Junior, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, há uma considerável bichanada.
Longe de ter uma campanha fácil como imaginava e com chance de ser derrotado pelo emedebista Paulo Skaf no segundo turno da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, Doria rompeu a semana com mais um problema no portfólio. Isso porque o ministro Luiz Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral – também do STF –, recebeu um parecer do procurador-geral eleitoral Humberto Jacques que pode ter desdobramentos contrários aos planos do ex-prefeito da cidade de São Paulo, assim como aos do atual ocupante do posto, o também tucano Bruno Covas.
Bruno Jaques manifestou-se a favor do recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral em São Paulo, contra o arquivamento do TRE-SP, de pedido de investigação na campanha de 2016 sobre os repasses do grupo Lide para a campanha de Doria e Covas. Na ocasião, João Doria gazeteou em toda a Pauliceia que estava a financiar do próprio bolso a campanha rumo à prefeitura da maior cidade brasileira.
Enquanto seu discurso ecoava em todos os cantos da capital paulista, notícias nada alvissareiras brotavam dos subterrâneos da campanha dando conta que o enredo não era esse. Ouviu-se nos bastidores de então que muitos entusiastas da candidatura de Doria acabaram filiando-se ao Lide – grupo empresarial especializado na promoção de eventos destinados a líderes empresariais de todo o País – permitindo a realização de encontros e palestras com autoridades.
O calcanhar de Aquiles está no fato de que alguns desses encontros contaram com apoio financeiro de órgãos públicos, sendo que os recursos podem ter acabado na campanha do tucano.
Entre uma conversa e outra, a história foi fermentando com o passar do tempo, até que o assunto chegou aos ouvidos das autoridades eleitorais, que decidiram investigar o assunto. Por enquanto não há provas sobre esses repasses de recursos públicos, mas é exatamente isso que a Justiça quer descobrir.
O procurador-geral eleitoral afirmou que os fatos narrados no pedido de investigação do MP Eleitoral em São Paulo são consistentes para justificar o aprofundamento do caso, a fim de descobrir se houve ou não abastecimento da campanha de Doria com recursos públicos arrecadados pelo Grupo Lide. Caso fique comprovado o que o procurador-geral eleitoral suspeita, Doria e Covas terão problemas pela frente, pois trata-se de violação grave da legislação eleitoral