Morre, aos 94 anos, George H.W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos

Ex-presidente dos Estados Unidos, George Herbert Walker Bush morreu nesta sexta-feira (01), aos 94 anos, comunicou seu filho e também ex-presidente George W. Bush.

“Jeb, Neil, Marvin, Doro e eu anunciamos com tristeza que, depois de 94 anos extraordinários, nosso querido pai morreu”, afirmou George W. Bush. “Bush pai”, como era conhecido, morreu oito meses depois da esposa, a ex-primeira-dama Barbara Bush, com quem esteve casado por 73 anos.

Na Alemanha, ele ficará na lembrança pelo papel crucial que desempenhou na reunificação do país, em 1990. Bush foi bem-sucedido em eliminar os temores do então líder soviético, Mikhail Gorbatchov, diante de uma Alemanha reunificada. O resultado foi o Tratado Dois-mais-Quatro, assinado em 1990 pelas duas Alemanhas e as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial: o Reino Unido, a França, os Estados Unidos e a União Soviética. O tratado abriu caminho para a reunificação da Alemanha e a filiação do país reunificado à Otan.

“Para nós, alemães, foi um lance de sorte tê-lo como presidente americano”, afirmou mais tarde o então chanceler federal alemão, Helmut Kohl.

Após o anúncio do falecimento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a “liderança inabalável” do ex-presidente. “Através de sua autenticidade, do seu espírito e compromisso inabalável com a fé, a família e o seu país, o presidente Bush inspirou gerações de cidadãos americanos”, afirmou Trump por meio de um comunicado divulgado a partir de Buenos Aires, onde participa da cúpula do G20.

George H.W. Bush foi piloto de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, congressista, embaixador na ONU, diretor da CIA, vice-presidente do também republicano Ronald Reagan entre 1981 e 1989 e pôs fim a uma carreira política de quatro décadas como presidente, de 1989 a 1993.


Da Casa Branca, Bush comandou os EUA durante o fim da Guerra Fria, a primeira Guerra do Golfo e a invasão do Panamá enquanto a União Soviética se dissolvia e a Alemanha se reunificava.

Os triunfos diplomáticos e bélicos não lhe bastaram para conseguir a reeleição e, em 1993, ele entregou ao democrata Bill Clinton as chaves da Casa Branca e se retirou para sua casa em Houston, no Texas, junto com a esposa. Acabou entrando para a história como um presidente de um só mandato, ao qual a popularidade pela Guerra do Golfo não foi suficiente para fazer frente aos problemas da economia.

Nos últimos anos, passou a ser lembrado como um republicano moderado, que soube ganhar o respeito de ambos os partidos apesar de ter governado apenas quatro anos.

Em 1991, ele assinou com Gorbatchov o Tratado de Redução de Armas Estratégicas para limitar o número de mísseis nucleares. No entanto, foi sua liderança na Guerra do Golfo (1990-1991), alcançando a saída do Iraque do Kuwait com um número mínimo de vítimas americanas, que lhe transformou no presidente mais popular do país até então, com 89% de aprovação.

Bush organizou uma coalizão militar de mais de 30 países contra a invasão do ditador iraquiano, Saddam Hussein, no Kuwait, em agosto de 1990, e conseguiu a libertação do pequeno país petroleiro com cinco semanas de ofensiva aérea e 100 horas de combate terrestre.

Outra das suas grandes operações no exterior foi a invasão do Panamá em dezembro de 1989, com a captura do ditador Manuel Antonio Noriega, requerido pela Justiça dos Estados Unidos por narcotráfico.

A popularidade que conquistou entre os americanos com suas vitórias na política externa ficou minada pela recessão econômica, que lhe obrigou a romper sua grande promessa eleitoral de não aumentar os impostos.

Bush sofria um tipo de Parkinson que lhe impedia de caminhar e o deixou numa cadeira de rodas nos seus últimos anos de vida, nos quais suas entradas e saídas do hospital foram constantes, principalmente por problemas respiratórios.

Em 2016, nem Bush pai nem Bush filho apoiaram o candidato republicano e agora presidente, Donald Trump, e, segundo algumas informações, ambos votaram na democrata Hillary Clinton. Ambos criticaram abertamente Trump, que não compareceu ao funeral de Barbara Bush em abril. (Com agências internacionais)