Ministro da Casa Civil escancara seu conhecido despreparo ao falar sobre a tragédia de Brumadinho

    Nada pode ser mais utópico e desanimador em termos de governança do que a Casa Civil, uma das mais importantes pastas do governo federal, estar nas mãos de alguém despreparado e fanfarrão. Onyx Lorenzoni, que ainda não conseguiu dar motivos para ter sido nomeado ao cargo, continua sendo o político raso e fanfarrão de sempre.

    Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Lorezoni disse que a responsabilização pela tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, “tem que chegar no CPF de alguém, alguém deu ordens para fazer isso ou aquilo”.

    O ministro da Casa Civil, na opinião do UCHO.INFO, deveria ser mais comedido em suas declarações, não apenas em razão do cargo que ocupa, mas pelo momento que passa o País, respeitando a dor das famílias que perderam seus entes na tragédia que certamente poderia ter sido evitada.

    A indigência intelectual do chefe da Casa Civil é tamanha, que cedeu espaço à “síndrome do retrovisor”, obsessão que acomete os bolsonaristas no momento de justificar os tropeços e problemas de um governo pouco convincente e do atual presidente da República. Ou seja, os aduladores de Jair Bolsonaro insistem em usar Lula, Dilma e o petismo para explicar e justificar os erros dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto.


    E com Onyx Lorenzoni a situação não foi diferente, já que o ministro valeu-se da mudança realizada pelo PT na diretoria da Vale para dar a entender que isso pode ter contribuído para as tragédias de Mariana e de Brumadinho. “E aquele esforço, já esqueceste? E aquele esforço do governo Lula e Dilma para mudar o comando da Vale e botar os parceiros do PT? Eu não esqueci”, disse o ministro à Folha.

    “Bom, o que a gente viu na era petista? A destruição de todas as empresas onde direta ou indiretamente o PT ou seus aliados colocavam as mãos. É isso que aconteceu e a Vale não fugiu disso”, respondeu Lorenzoni ao ser perguntado se a interferência petista refletiu no desastre de Brumadinho.

    Onyx Lorenzoni deveria deixar o falso moralismo de lado e explicar o fato de Leonardo Quintão (MDB-MG) ter sido convidado para ocupar cargo na Casa Civil e já estar despachando no Palácio do Planalto, mesmo sem ter assumido o posto oficialmente. Quintão é deputado federal e seu mandato termina na quinta-feira (31), ou seja, em tese assumirá a Secretaria de Assuntos Parlamentares da Casa Civil em 1º de fevereiro.

    Como antecipado pelo UCHO.INFO, Leonardo Quintão, conhecido no Congresso como “menino da Vale”, é lobista do setor de mineração. Por isso Onyx não poderia estar regurgitando essas pílulas de moralismo, já que um dos seus principais assessores tem vínculos nada republicanos com a mineradora responsável pela tragédia em Brumadinho. Não por acaso, esse vínculo questionável com o setor de mineração explica a tentativa, sem sucesso, de Quintão de abocanhar o Ministério de Minas e Energia no governo Bolsonaro.

    Ademais, Leonardo Quintão foi o relator do novo Código de Mineração, cujo texto foi redigido por importante e conhecido escritório de advocacia de São Paulo, que a peso de ouro cuida dos interesses da Vale. Em outras palavras, Lorenzoni é o melhor exemplo de que o governo Bolsonaro é o que todos conhecem como “mais do mesmo”.