Ad Infinitum: preso pela Polícia Federal em SP, Paulo Preto seguirá para Curitiba na sexta-feira

A Operação Ad Infinitum, 60ª fase da Lava-Jato, foi deflagrada na manhã desta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF) para apurar esquema de lavagem de dinheiro envolvendo grandes quantias do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, por meio da atuação de operadores financeiros, entre os anos de 2010 e 2011, O dinheiro era destinado a “irrigar campanhas eleitorais e a efetuar o pagamento de propina a agentes públicos e políticos aqui no Brasil”, destaca nota divulgada pela PF.

Policiais federais cumprem, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, em endereços na capital paulista, em São José do Rio Preto, no Guarujá e em Ubatuba, no estado de São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba. O suspeito preso será levado para a sede da PF em São Paulo e posteriormente encaminhado para a Superintendência do Paraná, onde vai ser interrogado.

“O preso é um conhecido operador financeiro já indiciado em outras fases da Operação Lava Jato e suspeito de ter fornecido grande parte dos recursos para a empresa. Também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados”.

De acordo com a PF, as investigações se basearam em depoimentos e colaborações colhidas dos próprios funcionários da Odebrecht e de doleiros investigados em fases anteriores da operação.

As investigações permitiram identificar que, entre os anos de 2010 e 2011, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, mantinha em território nacional cerca de R$ 100 milhões em espécie, “relativamente aos quais conseguiu, ao longo deste período, repassar ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, a fim de possibilitar que esta fizesse caixa para financiamento de campanha eleitorais e pagamento de propina a agentes públicos”.

Segundo a PF, o nome da operação faz referência “ao fato de o caso parecer tratar de mais uma repetição do modo de atuação de alguns integrantes da organização criminosa, remetendo a um ciclo criminoso que nunca termina.”


Transferência para Curitiba

Preso pela Polícia Federal (PF) na 60ª fase da Lava-Jato, Paulo Vieira de Souza, que é acusado de ser operador financeiro do PSDB, fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e em seguida será levado à sede da PF na capital paulista. Ele será mantido na carceragem da Superintendência da PF em São Paulo até sexta-feira (22). Posteriormente, Paulo Preto será levado para Curitiba, onde permanecerá detido.

Paulo é apontado como operador de esquemas que envolvem o PSDB e um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticada pela Odebrecht entre 2007 e 2017. As transações superam R$ 130 milhões, saldo de contas controladas por Paulo Preto, na Suíça, no início de 2017.

Ações penais

Paulo Vieira de Souza é réu em duas ações penais envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário de São Paulo. A ação que julga o crime de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público, foi anulada em liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal Federal (STF), no último dia 13.

Nessa ação, Paulo Vieira de Souza foi preso duas vezes. Logo após a denúncia, ele foi detido por ameaçar uma ré colaboradora. Ele usa tornozeleira eletrônica.

A segunda ação, de crime por formação de cartel no Rodoanel Sul e no Sistema Viário de São Paulo, está na fase em que testemunhas de defesa são ouvidas. (Com ABr)