União Europeia concede mais seis meses de prazo ao Reino Unido e adia Brexit até 31 de outubro

A União Europeia (UE) concordou nesta quinta-feira (11) – noite de quarta-feira no Brasil – em adiar a saída do Reino Unido do bloco até 31 de outubro, com a possibilidade de revisão do prazo em junho. A prorrogação evita por enquanto um Brexit caótico.

A proposta também foi aceita pela primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Inicialmente, a líder do Partido Conservador propôs ao bloco europeu uma prorrogação do prazo até o dia 30 de junho.

“Os 27 países-membros da UE concordaram com a extensão do artigo 50. Agora, me reunirei com a primeira-ministra Theresa May para o acordo com o governo britânico”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em mensagem no Twitter.

No caso de Londres permanecer no bloco até depois de 22 de maio, o Reino Unido precisará participar das eleições para o Parlamento europeu.

A reunião entre os líderes europeus durou várias horas devido às divergências entre os países. Tusk defendia um prazo mais longo para o Brexit, de até um ano, que autorizasse o Reino Unido a deixar a UE assim que o país estiver pronto para sair do bloco.


O presidente da França, Emmanuel Macron, foi a voz mais forte contra o adiamento do Brexit, mas apoiou a proposta com a condição de que o prazo seja revisto na cúpula da União Europeia marcada para 21 de junho. Para concordar com a prorrogação, a França exigiu que Londres não interfira em assuntos do bloco durante esse período.

A maioria dos 27 líderes europeus, incluindo a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, foi a favor do adiamento do Brexit por um ano. A extensão do prazo é flexível, o que significa que o Reino Unido pode deixar o bloco antes da data limite assim que ratificar o acordo negociado com a União Europeia.

Sem o adiamento, o Reino Unido deveria deixar a União Europeia sem um acordo na meia-noite de sexta-feira. Na semana passada, May formalizou um segundo pedido de adiamento da data do Brexit, novamente até 30 de junho. A premiê já havia solicitado a mesma data no mês passado, mas o pedido fora então rejeitado pelos líderes dos demais países-membros.

Em vez disso, eles ofereceram o dia 22 de maio caso o acordo para um Brexit ordenado, acertado entre Bruxelas e Londres, fosse aprovado pelo Parlamento britânico, ou 12 de abril se não houver acordo. Até o momento, o Parlamento já rejeitou o acordo três vezes. (Com agências internacionais)