Mercado reduz projeção do PIB de 1,97% para 1,95%; estimativa de inflação sobe para 4,06%

Consultadas pelo Banco Central (BC), as principais instituições financeiras em atividade no País reduziram mais uma vez a projeção para o crescimento da economia no corrente ano e em 2020.

A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 1,97% para 1,95% este ano, na sétima redução consecutiva. Para 2020, a projeção para o crescimento do PIB recuou de 2,70% para 2,58% na quarta redução consecutiva. As estimativas de crescimento do PIB para 2021 e 2022 permanecem em 2,50%.

Os dados constam do Boletim Focus, divulgado pelo BC nesta segunda-feira (15), como acontece semanalmente, com estimativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.

Inflação

A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi ajustada de 3,90% para 4,06% este ano. Para 2020, a previsão para o IPCA segue em 4%. Para 2021 e 2022, também não houve alteração: 3,75%.

A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.


Taxa Selic

Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,5% ao ano, até o fim de 2019. Para o fim de 2020, a projeção segue em 7,50% ao ano. Para o fim de 2020 e 2021, a expectativa permanece em 8% ao ano.

Referência para as demais taxas de juro da economia, a Selic é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores na taxa de juro básico suficientes para chegar à meta de inflação.

A redução da taxa básica de juro aponta para a diminuição dos custos do crédito e o incentivo à produção e o consumo. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços porque taxas mais elevadas de juro encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,70 no fim de 2019, subiu de R$ 3,75 para R$ 3,78 no fim de 2020. (Com ABr)