Avaliação positiva do governo Bolsonaro é de 35%, revela pesquisa Ibope; negativa subiu para 27%

Quando o UCHO.INFO, durante a corrida presidencial e depois da eleição, destacava a falta de competência de Jair Bolsonaro para o cargo mais importante da nação, seus adoradores e incautos apoiadores acionavam os mais diversos mantras, entre os quais o que afirmava que os críticos do atual presidente da República estavam torcendo contra o País.

Diferentemente do que pensam – ou pensavam – esses gênios de ocasião, além de torcermos a favor do Brasil, nosso papel é apontar os erros dos governantes e cobrar soluções urgentes e efetivas para os muitos problemas que há muito penalizam a sociedade.

Há quase quatro meses no principal gabinete do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro ainda não conseguiu mostrar a que veio. E começa a enfrentar, de forma quase recorrente, os dissabores do descontentamento popular. Pelo menos é o que mostra a última pesquisa Ibope, divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, a avaliação positiva (ótimo e bom) do governo Bolsonaro variou de 34% para 35% entre março e abril, ou seja, dentro da margem de erro, que é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Por outro lado, para desespero dos palacianos, a avaliação negativa (ruim e péssimo) foi de 24% para 27%, também dentro da margem de erro. Em março, 34% dos entrevistados consideravam o governo regular. Em abril, a avaliação regular foi de 31%.

Desde o início do governo, em 1º de janeiro, o contingente de pessoas que consideram o governo ótimo ou bom caiu 14 pontos, de 49% para 35%, mostra a série histórica do Ibope. Já a avaliação negativa subiu 16 pontos, de 11% para 27%, no mesmo período. Tal cenário acendeu a luz de alerta no Planalto, mas integrantes do núcleo duro do governo não sabem como apagá-la.

O Ibope entrevistou 2 mil pessoas de 12 a 15 de abril e o nível de confiança do levantamento é de 95%. A pesquisa anterior foi realizada entre 16 e 19 de março.


Maneira de governar

Metade da população brasileira aprova a maneira do presidente Jair Bolsonaro governar. Entre os entrevistados, a aprovação é de 51%, o mesmo porcentual do levantamento realizado pelo instituto em março. No início da gestão, em janeiro, a aprovação era de 67%.

Esse resultado mostra que o brasileiro continua com disposição para ser enganado, pois é impossível concordar com um presidente que, mesmo diante de tantos problemas, insiste em perder tempo com questões ideológicas e não consegue abandonar o discurso de campanha.

Entre os consultados, 51% dizem confiar no presidente, 49% em março. A confiança caiu em relação ao começo da administração: 62% diziam ter confiança no atual presidente da República em janeiro passado. Por outro lado, o índice dos que não confiam em Bolsonaro foi de 45% neste mês, contra 44% no mês anterior e 30% no primeiro mês do ano.

Setores com maior e menor aprovação

As áreas do governo com melhor avaliação detectadas pela pesquisa foram educação e segurança pública. O que mostra que os entrevistados sequer sabem o que falam, pois o Ministério da Educação continua a viver uma balburdia, enquanto o da Justiça, responsável pela Segurança Pública, não tomou qualquer decisão a ponto de ter boa avaliação.

O máximo que o ministro Sérgio Moro conseguiu desde que chegou à Esplanada dos Ministérios foi apresentar ao Congresso um projeto anticrime, sendo obrigado a recuar em muitos pontos por força da pressão exercida pelos políticos.

Os setores com menor aprovação estão na área econômica: em primeiro estão as elevadas taxas de juro cobradas pelas instituições financeiras, em segundo, o nível dos impostos.