Após elogios do presidente, Maia ataca o governo e diz que relação com Bolsonaro é pior do que antes

Quando Jair Bolsonaro, na recente visita oficial ao Chile, usou as redes sociais para fermentar a deteriorada relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), provocando troca de farpas desnecessária, o UCHO.INFO afirmou que a postura do chefe do Executivo federal custaria caro ao Palácio do Planalto mais adiante.

Além disso, este portal afirmou também que as atitudes impensadas de Bolsonaro demonstravam que o presidente da República nada aprendeu em termos políticos nos 28 anos em que esteve deputado federal.

O armistício selado dias depois entre Bolsonaro e Maia foi protocolar e serviu para, como diz a lenda, “inglês ver”. O que não significa que a cena merecia crédito, já que os atores eram políticos – e continuam sendo.

Na noite de quarta-feira (24), logo após rasgados elogios de Bolsonaro em rede nacional, Rodrigo Maia afirmou, em entrevista à GloboNews, que a política externa do governo Jair Bolsonaro é um “desastre”. Mera constatação da realidade.

Maia também criticou a política de Educação do governo e a “falta de agenda” para o País. De acordo com o presidente da Câmara, a ausência de propostas dificulta a relação do Executivo com o Congresso.


Qual é a agenda do governo? Qual é a agenda do governo para a Educação? Eu não conheço. Qual é a agenda do governo nas relações internacionais? É um desastre”, afirmou Maia.

O cenário de paralisia que toma conta da nação só é novidade para quem imaginou que Bolsonaro conseguiria, com seu discurso eivado de ódio, resolver todos os problemas nacionais. Algo impossível para alguém movido pela incompetência e que insiste em questões ideológicas, quando a preocupação deveria ser com temas econômicos.

O presidente da Câmara ressaltou durante a entrevista que o Palácio do Planalto deveria ter elencado as ações do Executivo para que os parlamentares pudessem avaliar a possibilidade de auxiliar o governo ou até mesmo participar dele. “A gente não sabe ainda qual é a agenda do governo para dizer se faz parte ou não”, disse Rodrigo Maia.

Com o discurso da “velha política” e a pouca disposição para o diálogo, Bolsonaro simplesmente fechou todas as portas para negociações com o Parlamento. E destrancar essas portas não é tarefa fácil, principalmente se considerado o fato que o articulador político do governo é Onyx Lorenzoni, alguém não talhado para a função. Ou seja, esperar que em algum momento esse modelo de governança possa dar certo é acreditar em milagres.

Questionado pelos entrevistadores se sua relação com o presidente da República é atualmente melhor do que já foi “como deputado”, Maia afirmou que, “pessoalmente, é pior”. Em outras palavras, o mais recomendado é apertar os cintos, pois a chance de o piloto sumir é grande.