Em nova trapalhada, Bolsonaro pede redução do juro para o agronegócio e ações do BB despencam

Que Jair Bolsonaro é um trapalhão em termos de economia o mundo já sabe, mas o presidente não pode colocar sua conhecida incompetência contra os interesses de estatais, como aconteceu recente com a Petrobras, que perdeu R$ 4,2 bilhões em valor de mercado, e agora acontece com o Banco do Brasil.

Sem saber como cumprir as muitas e absurdas promessas de campanha, a maioria embalada pelo discurso do ódio e da intolerância, Bolsonaro vale-se de decisões impensadas para causar impacto e conquistar espaço no noticiário, como se isso pudesse gerar dividendos positivos ao governo e à própria imagem do presidente.

Nesta segunda-feira (29), na abertura da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro cobrou a redução das taxas de juro do Banco do Brasil para o agronegócio, setor que cada vez mais conquista privilégios, sem que isso se traduza em benefícios ao consumidor final

Ao dirigir a palavra ao presidente do BB, Bolsonaro afirmou que a instituição financeira terá R$ 1 bilhão para o financiamento do agronegócio. “Apelo, Rubem (Novaes), para seu coração e patriotismo, que esses juros caiam um pouco mais”, afirmou, para aplausos da plateia.


O presidente da República disse que o governo liberará R$ 1 bilhão para o programa seguro rural, sem dar maiores detalhes sobre como se dará esse processo de liberação de recursos.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, havia informado que R$ 500 milhões seriam liberados, após o “governo raspar o tacho”, para o financiamento do programa de modernização da frota, o Moderfrota.

Com a declaração de Bolsonaro, as ações ordinárias do Banco do Brasil, após subirem quase 2% na manhã desta segunda-feira, inverteram o movimento, registrando queda de 0,77%, após a fala de Bolsonaro. No mesmo instante, o Ibovespa subia 0,07%, aos 96.298 pontos.

O presidente age ao arrepio da lógica e do bom senso econômico, apenas porque precisa dar a contrapartida aos ruralistas que o apoiaram na campanha. Resta saber quais benefícios serão dados aos brasileiros que pagam impostos diuturnamente e sequer conseguem reivindicar seus direitos, muitos garantidos pela Constituição.