Alvo de críticas de inúmeras partes do planeta, o governo de Jair Bolsonaro vem colocando o Brasil em situação de dificuldade no cenário internacional, algo que recrudesceu com o comentário deselegante e tosco do presidente acerca da primeira-dama da França, Brigitte Macron.
Que Bolsonaro é um despreparado convicto e desprovido de estofo para ocupar cargo de tamanha relevância todos sabem, mas é importante que alguém diga ao presidente que questões de Estado devem ser tratadas com impessoalidade. Considerando que Bolsonaro é órfão de inteligência, seus contra-argumentos passam obrigatoriamente pela seara do ataque torpe e da costumeira deselegância.
Ao rebater as críticas de Emmanuel Macron à crise ambiental que surgiu a partir das queimadas na Amazônia, Bolsonaro resolveu atacar a primeira-dama francesa, mostrando ao mundo, mais uma vez, que seus conceitos diplomáticos são mantidos na cocheira.
Como se a investida contra Brigitte Macron não bastasse ao Brasil, o ministro Paulo Guedes, que se iguala ao presidente da República em questões de cavalheirismo, disse nesta quinta-feira (5), em Fortaleza, que a esposa de Macron é “feia mesmo”.
Em evento para empresários na capital cearense, Guedes, que foi batizado por Bolsonaro como “Posto Ipiranga”, reclamou do excesso de atenção da opinião pública para as declarações e os “modos” do presidente da República.
Para Paulo Guedes, os brasileiros deveriam se preocupar com os progressos na área econômica, assunto que talvez apenas o ministro e alguns dos seus asseclas conheçam. Falar em avanços econômicos em um cenário de caos na economia é um misto de ufanismo de camelô com delinquência intelectual.
Pelo que se sabe até o momento, decidir os destinos de uma nação está longe de ser concurso de miss, mas, ao que parece, Bolsonaro e Guedes devem acreditar que são reencarnações de Apolo, o deus grego.
Se por um lado o saudoso Vinicius de Moraes cantou “me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”, por outro o UCHO.INFO afirma que atributos físicos não resolvem os problemas do País. Fosse assim, todo gabinete presidencial seria uma passarela. Em tempo: Guedes deveria tirar da carteira uma foto da irmã (Elizabeth Guedes) e pedir desculpas a Brigitte Macron.