Operação “Postal Off”: ex-deputado federal Índio da Costa é preso pela PF por fraude aos Correios

Ex-deputado federal e candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro (2018), Antonio Pedro Índio da Costa, conhecido no meio político como Índio da Costa, foi preso na manhã desta sexta (6), na capital fluminense, por suspeita de participação em esquema de fraudes nos Correios, que teve início, segundo os investigadores, em 2016.

De acordo com a Polícia Federal, ao menos R$ 13 milhões foram movimentados pela organização criminosa, da qual fazia parte Índio da Costa. A Operação “Postal Off”, da PF, cumpriu 12 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em três Estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A Justiça determinou também o bloqueio de R$ 40 milhões nas contas bancárias dos investigados, medida que alcança bens materiais, incluindo carros de luxo e duas embarcações – uma delas um iate avaliado em R$ 3 milhões.

Candidato a vice na chapa encabeçada por José Serra à Presidência da República, em 2010, o ex-parlamentar teve decretada a prisão preventiva, ou seja, sem prazo para ser revogada.


Em entrevista coletiva, o delegado Cristian Luz Barth, da Delegacia de Combate à Corrupção da PF em Santa Catarina, afirmou que a quadrilha contava com a participação de funcionários dos Correios para distribuir cargas postais sem cobrança ou com valor abaixo do normal.

“As grandes empresas que necessitam desse serviço de postagem – entrega de faturas, documentos em geral – têm um volume muito grande de correspondências. Elas precisam de empresas que façam a produção, a preparação de postagem e entrega no Correio, para que entre no fluxo postal”, afirmou Barth.

“Eles tinham várias formas de burlar, às vezes com a ajuda de funcionários dos Correios, e colocavam no fluxo postal sem pagamento”, completou o delegado da PF.

Durante a investigação, a Polícia Federal identificou pagamentos indevidos a empresários, funcionários públicos e políticos, o que configura crime de corrupção passiva. Contudo, os investigados poderão ser indiciados por corrupção passiva e ativa, concussão, estelionato, crimes tributários, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.