Enquanto a patuleia bolsonarista aplaude os destampatórios de Jair Bolsonaro, como se um comportamento tosco e revanchista pudesse resolver os problemas do País e unisse a sociedade em torno de um só propósito, a popularidade do governo, a confiança da população na atual administração e a aprovação dos brasileiros em relação à forma do presidente governar estão em queda.
Esse cenário, revelado pela mais recente pesquisa Ibope, confirma os muitos alertas feitos pelo UCHO.INFO para a necessidade de o governo encontrar uma maneira de minimizar a carestia enfrentada pelo cidadão no cotidiano, não sem antes amainar o jeito descontrolado de Bolsonaro, que insiste no discurso de ódio e na polarização da população.
Encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizada entre os dias 19 e 22 de setembro, a pesquisa Ibope, que será divulgada oficialmente no final desta quarta-feira (25), mostra que os indicadores relativos ao presidente da República e ao governo estão abaixo dos registrados no levantamento anterior (junho), que também apontou para o crescimento da desconfiança do brasileiro em relação à gestão atual e ao chefe do Executivo federal.
De acordo com o levantamento do Ibope, 31% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro “bom ou ótimo”. Em abril esse índice era de 35%, mas em junho caiu para 32%. Ou seja, a aprovação do governo está em queda livre, mesmo que a diferença entre a pesquisa de junho e a atual está na chamada “margem de erro”.
Por outro lado, a parcela da sociedade que considera o governo “ruim ou péssimo” saltou de 32% em junho para 34% em setembro. Em abril, esse contingente era de 27% da população. Em outras palavras, ou Bolsonaro muda a forma de governar ou impulsiona a cizânia da sociedade, algo que vem acontecendo desde a corrida presidencial.
Segundo o Ibope, os que consideram o governo “regular” são 32%, mesmo índice registrado em junho (em abril eram 31%). Esse número reflete a paralisia do governo em relação ao cumprimento das promessas de campanha, que pouca importância tem para os chamados “abduzidos”. Os que “não sabem” ou “não responderam” somam 3%.
A pesquisa mostra um dado que certamente já acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto: 50% dos brasileiros desaprovam a maneira de governar de Bolsonaro. Trata-se de índice inédito, já que em abril os que desaprovavam a maneira de governar eram 40%, índice que pulou para 48% em junho.
Para piorar o que já era ruim, a confiança em Jair Bolsonaro também recuou. Entre os entrevistados pelo Ibope, 42% disseram confiar em Bolsonaro, contra 46% em junho e 51% em abril. Resumindo, o quadro se inverteu. No contraponto, 55% dos consultados afirmaram que “não confiam” no presidente, ante 45% em abril e 51% em junho.
A pesquisa confirma o que os palacianos e os bolsonaristas se recusam a aceitar: o discurso de Bolsonaro na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (24), foi marcado por imprecisões e falácias, mas explica o fato de o presidente ter usado a tribuna da entidade para dar satisfações a seus coléricos apoiadores.
O Ibope entrevistou 2 mil pessoas em 126 municípios brasileiros, entre 19 e 22 de setembro. O levantamento anterior foi realizado de 20 a 26 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.