Foguetes atingem base militar norte-americana e área de embaixadas em Bagdá

Pelo menos três foguetes atingiram, no sábado (4), a chamada “Zona Verde”, perto da embaixada dos EUA em Bagdá, e a base militar de Al Balad, no norte do capital do Iraque, que abriga tropas norte-americanas. Por enquanto, não há registro de vítimas, segundo o governo iraquiano.

Uma fonte do Ministério do Interior do Iraque disse que o projétil que atingiu a “Zona Verde” era um foguete do tipo Katyusha. No entanto, também não há registro de danos materiais na região.

Por outro lado, um oficial da Polícia de Saladino, província ao norte de Bagdá onde fica a base de Al Balad, informou que dois foguetes caíram no sul da instalação, atingindo um depósito de armas do Exército do Iraque. Os danos causados, segundo a fonte, foram limitados.

O oficial, que pediu para não ser identificado, afirmou que os soldados americanos que trabalham na base entraram em “estado de alerta”. Drones foram colocados no ar pouco depois do ataque.

Al Balad é uma das maiores bases do Iraque e recebe assessores militares da coalizão internacional liderada pelos EUA para combater grupos terroristas que atuam na região, como, por exemplo, o Estado Islâmico. É importante ressaltar que o Iraque combateu o Estado Islâmico com a ajuda da Força Quds, tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã, até então comandada pelo general Qasem Soleimani, morto no bombardeio ordenado por Donald Trump.

Os ataques ocorrem um dia depois de os Estados Unidos terem matado Soleimani e Abu Mahdi al Muhandis, vice-presidente das Forças de Mobilização Popular (PMF), perto do aeroporto internacional de Bagdá.

A morte de ambos foi uma resposta do governo dos Estados Unidos às ações de milícias xiitas apoiadas pelo Irã contra os interesses dos Estados Unidos na região e à invasão da embaixada americana em Bagdá há alguns dias.

A morte de Qasem Soleimani, considerado por muitos como a segunda pessoa mais poderosa do Irã, gerou uma onda de choque e elevou as tensões no Oriente Médio, não sem antes produzir gerar indignação entre líderes globais.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou os EUA com “duras retaliações” pela morte de Soleimani. O grupo Hezbollah prometeu que a resposta do que chamou de “eixo de resistência” na região – formado por um grupo de países que incluem o Líbano e o Iêmen – será decisiva, ressaltando que “os americanos serão punidos onde quer que estejam ao alcance de Teerã”.

O Iraque, aliado tanto de Teerã quanto de Washington, condenou o ataque contra Soleimani em seu território, ato que considerou atentado à sua soberania. O governo iraquiano está sob forte pressão para expulsar o contingente de 5,2 mil soldados americanos estacionados no país com o objetivo de impedir um ressurgimento do EI. (Com agências internacionais)