Áudio de helicóptero que vitimou Kobe Bryant é divulgado: “N72EX está em um nível baixo para seguir voo”

O helicóptero Sikorsky, modelo S-76, que transportava o astro do basquete Kobe Bryant, sua filha Gianna e mais sete pessoas e que caiu na manhã de domingo (26) em Calabasas, na região metropolitana de Los Angeles (EUA), teve o áudio e dados divulgados nesta segunda-feira. A aeronave manteve o último contato com a torre de controle do aeroporto de Los Angeles quando sobrevoava a cidade da Califórnia, ocasião em que o piloto fazia voo em condição visual especial a 1.500 pés (450 metros).

Conforme o áudio divulgado pela “VASAviation”, logo após ter seu controle repassado ao Southern California Terminal Radar, o helicóptero perdeu contato através de rádio, possivelmente fazia voo abaixo do normal, o que em tese teria comprometido a propagação das ondas de rádio.

O controlador de voo informou, antes da queda do helicóptero, que a aeronave voava abaixo do ideal para aquela região. “Você ainda está em um nível baixo para seguir um voo neste momento”, diz o controlador.

Menos de um segundo após transmitir a mensagem, o controlador perde o contato da aeronave no radar, mostrando a colisão do equipamento com o solo. O acidente pode ser classificado como CFIT (“Colisão com o Solo em Voo Controlado”, em português). Esse tipo de acidente ocorre quando a aeronave está com todos seus equipamentos e sistemas funcionando em condições normais, mas ocorre uma colisão com o solo, muitas vezes provocada por erro do piloto.

Segundo as Regras Gerais de Operação e Voo (14 CFR Part 91), não é proibido que um helicóptero SVFR voe quando a visibilidade for inferior a 1 milha. Contudo, o piloto é responsável por manter a separação vertical e horizontal do terreno. Por voar sob condições especiais, sem estar operando instrumentos, não existe vetoração do controle de tráfego aéreo, aumentando a exigência de consciência situacional por parte do piloto.

A causa mais comum para esta ocorrência é o erro humano, que pode ser decorrente da leitura incorreta de dados de navegação, do desconhecimento da área sobrevoada e de desorientação espacial, nesse caso possivelmente provocada por denso nevoeiro.

No caso de um voo SVFR, onde uma mudança abrupta de condições visuais é possível, o piloto pode ter perdido sua referência imediata com o solo, sem tempo suficiente para corrigir a rota.