Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer que errou ao classificar como “moderado” o risco internacional do coronavírus, mudando o status do contágio para “elevado” em termos globais, o mercado financeiro passou a operar tendo no horizonte o risco provocado pelo vírus que já matou 81 pessoas na China, onde 2.744 estão infectadas.
Investidores internacionais avaliam que o caso do coronavírus fugiu ao controle das autoridades chinesas, o que pode gerar grandes impactos na segunda maior economia do planeta, com reflexos em todos os países. Especialistas do mercado financeiro preveem que o impacto econômico poderá ir além do provocado pela epidemia do Sars (síndrome respiratória aguda grave), que deixou centenas de mortos em 2003.
É importante ressaltar que as principais economias globais trabalham intensamente para evitar o surgimento de uma recessão na esteira de desaceleração econômica mais intensa. Tomando por base que as taxas de juro estão em patamares baixos ao redor do globo, os países terão dificuldade para estimular as respectivas economias, principalmente pela ausência de instrumentos adequados. Esse cenário pioraria sobremaneira com o avanço do coronavírus.
Nesta segunda-feira (27), o mercado de ações abriu em queda nas principais praças, confirmando esse movimento ao longo do dia. Na Europa e nos Estados Unidos as Bolsas de Valores registraram os maiores recuos do último trimestre. Londres, Paris e Frankfurt recuam 2,5%, enquanto Dow Jones e S&P 500 encolheram 1,5%. O índice Nasdaq cai 1,7% e a Bolsa de Tóquio teve queda de 2%.
O mercado acionário chinês não funcionou nesta segunda em razão do feriado de Ano Novo Lunar, que no país asiático será comemorado até 3 de fevereiro. Mesmo assim, havia a previsão de a Bolsa de Valores da China retomar as operações na próxima quinta-feira, mas o governo de Pequim decidiu estender o feriado na tentativa de contar a propagação do coronavírus.
No Brasil, o Ibovespa registrava, às 15h15 desta segunda-feira, queda de 2,76%, operando no menor patamar desde 20 de dezembro. Com a queda de 2% do barril de petróleo, as ações da Petrobras caem 3,6%.
Em outro vértice do mercado financeiro, a cotação do dólar comercial registrava alta de 0,645%, às 15h29, sendo vendido a R$ 4,212. O dólar turismo é vendido nas casas de câmbio a R$ 4,642. A grama do ouro sobe 0,94%, a R$ 214,81.
Diante de cenários de risco, como o provocado pela possibilidade de o coronavírus se alastrar, os investidores optam por vender ações e adquirir ativos considerados mais seguros, como ouro e dólar.