Após iniciar os negócios desta sexta-feira (31) em ligeira baixa, o dólar inverteu a curva e, no final da manhã, passou a subir na esteira da tensão provocada em todo o planeta pelo avanço do surto do coronavírus. Ao final dos negócios, a moeda norte-americana alcançou o maior valor nominal (R$ 4,2850), sem considerar a inflação.
Ao longo do dia, a cotação máxima do dólar foi alcançada às 13h38, R$ 4,2862. Na semana, o dólar acumulou alta de 2,42%. Em janeiro, a moeda valorizou 6,86%. Foi a maior alta para qualquer mês desde agosto de 2019 (8,51%) e a mais forte para meses de janeiro desde 2010 (8,86%), de acordo com a agência de notícias Reuters. O recorde anterior foi alcançado no dia 27 de novembro do ano passado, quando o dólar fechou a R$ 4,2584.
Coronavírus
Em todo o planeta, investidores estão cautelosos diante das consequências do surto de coronavírus na segunda maior economia global, o que tem elevado a cotação do dólar.
Na quinta-feira (30), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de interesse internacional por conta do avanço do surto de coronavírus na China. O número de mortos pelo vírus já passa de 200 em 21 países, sendo que o maioria das vítimas está na China.
O receio do mercado financeiro está na possibilidade cada vez maior de o surto comprometer o consumo, impactando as principais economias, a começar pela chinesa. Analistas têm como referência os estragos causados pela epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002 e 2003, também na China.
Entre o fim da tarde de quinta e esta sexta-feira, o Reino Unido, a Itália e a Rússia relataram seus primeiros casos de coronavírus. Com isso, o mercado financeiro internacional passou a minimizar o alívio da recomendação da OMS de não restrição restrições de viagens por conta da doença, apesar da declaração de emergência internacional.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou que só elevará o grau de risco de nível 2 para 3 – o mais alto – quando for confirmado o primeiro caso de coronavírus no País. Por enquanto, há doze casos suspeitos sendo monitorados em Santa Catarina (1), São Paulo (7), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Ceará (1).