Em declaração criminosa, Eduardo Bolsonaro endossa ofensa à honra da jornalista Patrícia Campos Mello

Incompetentes de nascença, os integrantes da família Bolsonaro precisam da polêmica como forma de estarem sempre em evidência. Corroídos diuturnamente pela delinquência intelectual, algo que afeta o clã como um todo, sequer sabem como se destacar a partir do uso da massa cinzenta. Mesmo assim, cada membro da família presidencial acredita ser o derradeiro gênio da raça.

Deputado federal pelo PSL de São Paulo, Eduardo Bolsonaro, o fritador de hambúrguer que por pouco não foi alçado ao posto de embaixador do Brasil em Washington, é prova maior de que o fruto não cai longe da árvore. Tão misógino quanto o pai, Eduardo abusou de sua torpeza existencial ao afirmar, durante audiência da CPI das Fake News, na terça-feira (11), que não duvida que a jornalista Patrícia Campos Mello, da “Folha de S.Paulo”, “tenha se insinuado sexualmente em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”.

A afirmação, carregada de canalhice ao extremo, se deu na esteira do depoimento Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, empresa especializada em marketing digital e que durante a corrida presidencial de 2018 fez disparos por WhatsApp para a campanha de Jair Bolsonaro.

Em dezembro de 2018, a Folha, com base em documentos anexados a processo que tramitava na Justiça do Trabalho e em relatos do próprio Hans, revelou que uma rede de empresas, entre as quais a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular para viabilizar o disparo de pacotes de mensagens a favor de candidatos.

A jornalista Patrícia Campos Mello, competentíssima e largamente premiada, conversou diversas vezes com Hans River – autor da ação trabalhista –, que afirmou não saber quais campanhas recorreram à fraude, mas ratificou o conteúdo dos autos do processo à época em curso na Justiça do Trabalho. A primeira conversa entre a jornalista e Hans, devidamente gravada, assim como as subsequentes, aconteceu em 19 de novembro de 2018.]

No dia 25 daquele mês, Hans mudou de ideia após fazer acordo com a Yacows, como consta no processo trabalhista com data de registro no dia 27. “Pensei melhor, estou pedindo pra você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo”, escreveu Hans em mensagem de texto à Folha.

À CPI das Fake News, Hans River prestou informações falsas, o que de chofre enseja seu indiciamento, como prevê o Código Penal. Além disso, insultou a jornalista Patrícia Campos Mello.

“Quando eu cheguei na Folha de S.Paulo, quando ela [repórter] escutou a negativa, o distrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu?”, disse Hans em seu depoimento.

Quem conhece Patrícia Campos Mello sabe que o ex-funcionário da Yacows não apenas faltou com a verdade, mas maculou a honra de uma mulher e de uma profissional respeitada no meio jornalístico, gostem ou não dela.

Não obstante, a declaração delinquente Eduardo Bolsonaro, endossando a fala de Hans, não chega a assustar, pois esse é o padrão comportamental do clã liderado pelo presidente da República, mas é preciso que algum parlamentar represente contra o deputado do PSL por quebra de decoro, pois não se pode aceitar que um atentado à honra alheia permaneça sem punição.

Em marcha no Brasil está um processo para anular a capacidade de raciocínio do cidadão, liderado pelo próprio presidente da República, que por estar no cargo acredita que pode ofender o primeiro que o contraria. A imprensa, em sua maioria, se mantém acuada e em silêncio diante das ofensas de Bolsonaro, como se esse comportamento fosse normal, mas aqui no UCHO.INFO não se compactua com reações de um presidente que age como porteiro de lupanar.