O governo de Jair Bolsonaro continua agarrando-se ao universo dos absurdos para fazer prevalecer as vontades de um presidente da República despreparado, populista e que flerta diuturnamente com o retrocesso e o obscurantismo. Nada do que propõe o governo vem acompanhado da lógica e do bom-senso, pelo contrário, pois Bolsonaro tem a polêmica como derradeira tábua de salvação de uma carreira política que dispensa apresentações.
A retomada do crescimento econômico, segundo a equipe comandada pelo ministro Paulo Guedes, surgiria na esteira da aprovação da reforma da Previdência, mas isso não aconteceu. Até porque, os efeitos da mencionada reforma impactarão na economia ao longo dos anos, ou seja, de forma homeopática.
Com a pasmaceira econômica que toma conta do País, o novo discurso e que a retomada do crescimento virá com a aprovação das reformas tributária e administrativa, mas o Palácio do Planalto não tem demonstrado muita disposição para negociar com o Congresso Nacional.
Com o claro objetivo de pressionar deputados federais e senadores para que a reforma administrativa seja aprovada o quanto antes, o governo Bolsonaro decidiu não promover concursos públicos, o que significa empurrar cada vez mais a máquina estatal na direção da paralisia. Em outras palavras, o que Bolsonaro pretende é ameaçar o Parlamento com a possibilidade de o País parar no âmbito dos serviços públicos federais para forçar a aprovação da reforma administrativa.
A grande questão envolvendo o tema é que até o momento o governo ainda não enviou ao Congresso um projeto de reforma administrativa, já que em recente discurso o ministro da |Economia, Paulo Guedes, comparou os servidores públicos a “parasitas”. Se até então o clima político para o envio da proposta não era dos mais favoráveis, depois dessa comparação esdrúxula a situação piorou sobremaneira.
Apostar no “estrangulamento dos serviços públicos” como forma de pressionar o Congresso e garantir a aprovação da reforma administrativa é sinal de irresponsabilidade, o que comprova as muitas afirmações do UCHO.INFO sobre a incompetência monumental de Bolsonaro para cargo de tamanha relevância, como o da Presidência da República.
Enquanto nada acontece, o governo prefere digitalizar os serviços públicos, quando, na verdade, a solução está na contratação de servidores, algo que não acontecerá até a aprovação da reforma. As mudanças no escopo do funcionalismo público federal valerão a partir da aprovação da reforma, não afetando os direitos adquiridos dos que estão na ativa.
Talvez esse seja o jeito novo e diferente de governar que Bolsonaro prometeu durante a corrida presidencial, mas que em nada ajuda a melhorar a difícil situação em que se encontra o País. Alguém há de dizer que nos governos anteriores a situação era igualmente difícil, mas é preciso reconhecer que, escândalos à parte, a máquina pública funcionava. Para quem gosta de ser enganado, o atual presidente é uma ode ao embuste.