Covarde, Paulo Guedes pede desculpas às domésticas, mas diz não ver problema em fala preconceituosa

O “sincericídio” que embala o governo de Jair Bolsonaro tem ameaçado a democracia de forma perigosa e preocupante, mas a soberba de muitos dos integrantes dessa pífia administração é nauseante. Depois de reclamar a assessores do chamado “fogo amigo”, reclamação que chegou aos ouvidos do presidente da República, o ministro Paulo Guedes, da Economia, desculpou-se nesta quinta-feira (20) por ter afirmado que com o dólar baixo estava uma “festa danada”, pois até empregadas domésticas viajavam para a Disney.

Ao mesmo tempo, o arrogante ministro disse não ver problemas na referência e, como sempre acontece no âmbito desse “desgoverno”, afirmou que quem tira suas declarações de contexto está “semeando a discórdia”.

“Eu peço desculpas se tiver ofendido”, disse Guedes durante cerimônia no Palácio do Planalto sobre oferta de crédito. Ele acrescentou não ver problema em fazer a referência. “A mãe do meu pai foi empregada doméstica, qual o problema de fazer uma referência como essa?”, questionou.

Paulo Guedes é de tal forma prepotente, que sequer consegue admitir que a avó foi doméstica, mas para minimizar um discurso preconceituoso referiu-se à “mãe do pai”. Ou seja, é um elitista confesso que não tem preocupação com os mais pobres.

 
Como é praxe no governo Bolsonaro, que ao atentar contra a democracia insiste em garrotear a imprensa e denegrir a imagem do jornalismo sério e independente, o ministro da Economia usou a estratégia canhestra de imputar à mídia a semeadura da discórdia, que na opinião de Guedes acontece quando declarações oficiais são tiradas de contexto.

Esse discurso rasteiro e malemolente não mais convence, pois é inaceitável usar a tese do contexto para uma fala clara e incontestável que fere a dignidade das domésticas.

“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos importar menos, fazer substituição de importações, turismo. [Era] todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada”.

Que algum especialista no idioma dessa barafunda em que se transformou o Brasil explique com a máxima urgência se a imprensa distorceu as palavras de Paulo Guedes, um delinquente intelectual que, a exemplo do patrão, acredita ser o último gênio da raça. Vade retro, Paulo Guedes!