Dólar ultrapassa a casa de R$ 4,39 e derruba as falsas profecias econômicas de Jair Bolsonaro

Na terça-feira (18), em mais uma de suas insanas incursões nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a vender aos seus seguidores a falsa ideia de que é o último herdeiro de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada maravilhosa. Mesmo depois de ter assumido publicamente que é ignorante em termos de economia, Bolsonaro ousa postar nas redes sociais comentários que se desmancham com o passar das horas, já que a confiança dos empresários no País está aquém do que afirmam o presidente e seus assessores.

No Twitter, o presidente da República escreveu: “Risco-país cai a 93 pontos, menor nível em 12 anos. A União levantou R$29,5 bilhões em privatizações em janeiro de 2020. O objetivo para o ano é de R$150 bilhões. Empregos avançam e o Governo segue desinchando o estado extremamente burocrático. Temos tudo para crescer!”.

É importante ressaltar que em 2019 o ministro Paulo Guedes, o tal “Posto Ipiranga”, garantiu a retomada do crescimento econômico na sequência da aprovação da reforma da Previdência, algo que não aconteceu. E o por diversas vezes o UCHO.INFO afirmou que isso não aconteceria, pois os efeitos da reforma seriam homeopáticos e disseminados ao longo dos anos.

Sem que sua profecia se confirmasse, Guedes adotou um novo discurso, dessa vez colocando na linha de tiro as reformas administrativa e tributária. A reforma administrativa continua empacada no Palácio do Planalto, pois Jair Bolsonaro teme que ocorra no Brasil o que aconteceu no vizinho Chile. Além disso, o clima de animosidade entre os servidores federais, que são bem representados e articulados no Congresso Nacional, cresceu nos últimos dias após Guedes compará-los a “parasitas”.

 
A reforma tributária, talvez a mais importante de todas, ficou a cargo do Parlamento, pois o governo não tem disposição e competência política para levar adiante uma negociação complexa e que exige diplomacia. Como Bolsonaro chafurda no cocho do revanchismo ideológico, cabe aos senadores e deputados a tarefa como um todo. Enquanto isso, o truculento Augusto Heleno, o general da reserva que chefia o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), prefere atacar o Congresso, como se o Brasil debaixo de uma ditadura de fato e de direito.

Acostumado a disparar sandices na portaria do Palácio da Alvorada, onde é aplaudido todas as manhãs por uma dúzia de delinquentes intelectuais abduzidos, Bolsonaro deveria limitar a falar sobre aquilo que domina, ou seja, nada, para não passar vergonha.

Ao afirmar que o Brasil tem tudo para crescer, o presidente demonstra ser um néscio com todas as letras, pois não se conquista a confiança do investidor apenas com números econômicos, mas com tranquilidade institucional, respeito à democracia, segurança jurídica e defesa do Estado de Direito. Para provar que as profecias de Bolsonaro são de camelô, mas fazem a alegria dos ignaros que o adulam, o dólar atingiu, às 15h39 desta quinta-feira (20), a incrível marca de R$ 4,3951.

Não custa lembrar que os proxenetas do mercado financeiro afirmaram, em outubro de 2018, que a cotação da moeda norte-americana ficaria abaixo de R$ 3,60 caso Jair Bolsonaro fosse eleito presidente. Por onde andam esses messiânicos de lupanar?