Morte de Valdir Espinosa, aos 72 anos, encerra capítulo do bom futebol e tira de cena ser humano ímpar

A morte de Valdir Espinosa, aos 72 anos, nesta quinta-feira (27), encerra um dos capítulos do bom e saudoso futebol brasileiro e tira de cena um ser humano da melhor qualidade. Espinosa, que atualmente era gerente de futebol do Botafogo (RJ), foi submetido a uma cirurgia no abdômen no último dia 17, mas em razão de complicações foi internado novamente três dias depois, mas não se recuperou.

A morte de Espinosa foi comunicada pelo Hospital Quali Ipanema, onde o ex-treinador estava internado. De acordo com a nota, Valdir “faleceu no início da manhã de hoje (quinta-feira) por volta das 6 horas da manhã por colapso cardiovascular resultante de pós-operatório complicado e infecção generalizada”.

Nascido em Porto Alegre, em 17 de outubro de 1947, o gaúcho Valdir Atahualpa Ramirez Espinosa foi campeão mundial em 1983 com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, clube que defendeu como jogador. À época, a equipe do grêmio contava com jogadores como Renato Gaúcho, De León, Paulo César Caju e Mário Sérgio. Em 1989, conquistou o Campeonato Carioca no comando do Botafogo de Futebol e Regatas.

Como jogador, Espinosa também vestiu as camisas do CSA, Esportivo e Caxias. Encerrou a carreira dentro da quatro linhas em 1978 e no ano seguinte já comandava o Esportivo.

Além de clubes brasileiros, Espinosa levou seu talento como técnico para além das fronteiras verde-louras: treinou o Cerro Porteño, do Paraguai, o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o Tokyo Verdy, do Japão, e o Las Vegas City, dos Estados Unidos.

O velório de Valdir Espinosa acontece no Salão Nobre da sede do Botafogo, em General Severiano.

 
Além de ter levado Renato Gaúcho para o Grêmio, Espinosa foi fonte de inspiração para o atacante ingressar na carreira de treinador após deixar os gramados. Além disso, Renato considerava Espinosa como seu “segundo pai”.

“Hoje o dia amanheceu mais triste. Perdi meu segundo pai, meu irmão mais velho, meu exemplo, meu grande e fraterno amigo. Foi pelas suas mãos que cheguei ao Grêmio e consegui dar para a minha família tudo que sempre quis. Vai ser difícil superar mais essa perda, mas temos de seguir em frente. E tenho certeza que ele sempre estará nos olhando, cuidando e guiando. Vai com Deus meu grande amigo”, disse Gaúcho.

A diretoria do Botafogo divulgou comunicado em que lamenta a morte de Valdir Espinosa: “”Muito querido no clube por torcedores e por quem conviveu com ele no dia a dia, Espinosa vai fazer muita falta. Sua liderança, exemplo e ensinamentos seguirão no Botafogo como legado dessa figura tão representativa na história do clube”.

Em nota, a diretoria do Grêmio também lamentou a morte de Espinosa, que levou o tricolor gaúcho à conquista da Copa Libertadores e ao título mundial.

“O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense informa, com imenso pesar, o falecimento de Valdir Espinosa, um dos maiores técnicos de sua história. Sob o comando de Espinosa o Grêmio abriu as portas do continente e do mundo ao Rio Grande do Sul, conquistando a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 1983.

Valdir Espinosa retornou ao Grêmio em 2016, como Coordenador Técnico e participou da conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil. Atualmente exercia o cargo de Gerente Técnico do Botafogo.

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense se solidariza com toda a família Espinosa, amigos e torcida nesse momento de dor”.