Brasil tem 52 casos confirmados de Covid-19; ministro da Saúde tenta culpar OMS pelo avanço da doença

 
Em nova atualização dos dados sobre o coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde informou na tarde desta quarta-feira (11) que há no País 52 casos confirmados de Covid-19. Entre as novas confirmações, 11 ocorreram em São Paulo, cinco no Rio de Janeiro, uma no Rio Grande do Sul e uma no Distrito Federal.

Com o novo balanço sobre o coronavírus, sete estados e o Distrito Federal já têm registros da Covid-19. São Paulo é o estado como o maior número de casos confirmados (19) até o momento, mas espera-se que aumente nas próximas horas.

Também registram casos confirmados de coronavírus os estados do Rio de Janeiro (13), da Bahia (2), do Rio Grande do Sul (2), de Minas Gerais (1), do Espírito Santo (1), de Alagoas (1) e o Distrito Federal (2).

Terceirizando a culpa

Nesta quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia pelo novo coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que participou de audiência na Câmara dos Deputados, disse que a OMS demorou a reconhecer o status de pandemia.

 
“Teimaram comigo. Falei: é uma pandemia, e desde a semana passada o Brasil já trata como pandemia. Se você tem uma transmissão sustentada em tantos países, como vou ficar procurando país por país, quem veio de onde? Isso pelo menos três semanas atrás já era impraticável pelos sistemas de saúde”, afirmou.

De acordo com o ministro, a declaração de pandemia permite que o País adote como critério de identificação da doença a ocorrência de sintomas e histórico de viagem internacional, além do contato com casos confirmados.

Até o pronunciamento da OMS, o Brasil considerava para análise de eventual contaminação pelo novo coronavírus a ocorrência de febre e outros sintomas, como também histórico de viagem a países da América do Norte, Europa e Ásia, além de Equador, Argélia e Austrália. Agora, todos os países entram na lista, afirmou o ministro da Saúde.

Mandetta pode dizer o que bem entender, até porque a Constituição garante a todo cidadão o direito à livre manifestação do pensamento, mas faltar com a verdade não combina com o cargo de ministro de Estado. Quando surgiram os dois primeiros casos de coronavírus no Brasil, mais precisamente em São Paulo, o ministro disse que tudo não passava de simples gripe, mas agora ele prefere mudar o próprio discurso, como se a população tivesse memória curtíssima.

Querer transferir à OMS a responsabilidade pelo avanço da Covid-19 no Brasil é demonstração de covardia por parte do ministro da Saúde, já que logo no início do surto em território nacional o UCHO.INFO alertou para o fato de que o Estado, como um todo, estava errando de forma grosseira ao recepcionar nos hospitais públicos possíveis infectados.