Bruno Covas decreta estado de emergência pública em São Paulo; rodízio de veículos está suspenso

 
Prefeito de São Paulo, o tucano Bruno Covas decretou, nesta segunda-feira (16), estado de emergência pública na maior cidade brasileira em razão da pandemia do novo coronavírus. Entre as medidas estão suspensão do rodízio no trânsito, restrições a velórios e a possibilidade de apreensão de bens essenciais ao combate à Covid-19, como o álcool em gel. Em falta no mercado, o produto é alvo de aumento irresponsável de preços por parte de comerciantes e fabricantes. Algumas pessoas estão adquirindo nos supermercados álcool em gel usado em churrasqueiras e lareiras.

Covas também anunciou que por tempo indeterminado passará a dormir na sede da Prefeitura paulistana em razão do tratamento contra câncer a que se submete desde 2019. “A partir de hoje, vou passar a dormir aqui”, disse o prefeito em entrevista à Band.

A suspensão do rodízio de veículos, que entrará em vigor na terça-feira (17), tem por objetivo desafogar o sistema de transporte público, que, como sabido, concentra número perigoso de pessoas se considerada a pandemia. No âmbito dos transportes públicos, o prefeito determinou que todos os ônibus municipais deverão ser higienizados com água sanitária no final da linha.

Nos velórios, serão permitidas no máximo dez pessoas por sala. “Todas as medidas estão sendo tomadas por acompanhamento e sugestão dos profissionais da saúde”, justificou Covas.

Diante de um aumento diário de 40% a 50% no número de casos do novo coronavírus, Covas garantiu que serão disponibilizados 490 novos leitos de UTI em até 20 dias, o dobro da capacidade atual. O prefeito pediu que pessoas com suspeita de coronavírus procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e deixem os hospitais para os pacientes em estado grave.

 
A Prefeitura optou pela dispensa de licitação, caso necessário, para agilizar a compra de bens e produtos, principalmente por hospitais, para o combate à doença e, ato contínuo, evitar mortes.

A decretação de estado de emergência na cidade de São Paulo foi debatida intensamente com assessores de Covas no decorrer desta segunda-feira, sendo que parte da equipe do prefeito defendia cautela por ainda haver soluções alternativas antes da adoção da medida. O martelo foi batido depois de uma conversa entre Bruno Covas e o governador de São Paulo, João Dória Júnior (PSDB).

Eventos suspensos e trabalho remoto

Covas determinou a suspensão imediata de eventos promovidos por centros culturais municipais e também dos eventos que exigem concessão de alvará por parte da Prefeitura. Estão cancelados inclusive os eventos que já tinham obtido alvará. “Estamos fechando todos os equipamentos culturais e de assistência social – exceto os de acolhimento.”

Os servidores públicos com mais de 60 anos e que não trabalham na área de saúde passarão ao trabalho remoto (home office), assim como aqueles considerados com de risco, como portadores de doenças crônicas. Os demais servidores serão distribuídos em novos horários (manhã e tarde) com o intuito de evitar aglomerações no transporte público e nos locais de trabalho.

Os parques municipais permanecerão abertos, mas, segundo o prefeito, poderão ser fechados, a depender da evolução da pandemia do novo coronavírus, Segundo Covas, a decisão sobre os parques poderá ser revista nos próximos dias. As feiras livres estão mantidas e, de acordo com o prefeito, “não se avizinha nenhuma crise de desabastecimento” na capital.

Em relação ao abastecimento, a população precisa levar a sério o perigo que representa o elevado grau de contaminação do novo coronavírus, respeitando as orientações das autoridades, mas não deve ir aos supermercados como se o País estivesse na iminência de uma guerra. Em muitos supermercados da cidade vários produtos estão em falta, como papel higiênico, álcool em gel, macarrão e bolachas. Isso não resolve o problema e ajuda a impulsionar a inflação.