Bolsonaro é alvo de panelaço após comparar Copacabana à Itália e dizer que bairro carioca é de “velhinhos”

 
O genial e saudoso Dick Farney cantou em “Copacabana”, por ele batizada de “princesinha do mar”, na última estrofe da música de sua autoria uma declaração de amor à praia que dá nome ao internacionalmente conhecido bairro do Rio de Janeiro: “Só a ti, Copacabana, eu hei de amar”.

Se Farney não hesitou em desmanchar-se por Copacabana na belíssima canção, o presidente Jair Bolsonaro não pensou duas vezes antes de despejar sobre o bairro carioca sua conhecida delinquência intelectual, algo que faz rotineiramente em qualquer situação acreditando ser um dos herdeiros de Aladim, o fabuloso gênio da lâmpada maravilhosa.

Que Bolsonaro é desprovido de inteligência cognitiva e que seu pensamento desconhece a concatenação o mundo já sabe, mas tratar com deboche os moradores de Copacabana em meio à pandemia do novo coronavírus, que já começa a fazer vítimas fatais no Brasil, é caso de exame de sanidade mental, como já sugeriu o conceituado e respeitado juristas Miguel Reale Júnior.

 
No afã de querer justificar suas recentes e absurdas declarações acerca da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro comparou Copacabana à Itália, país que mais sofre com o avanço da Covid-19 e já registra mais de 2,5 mil mortes pela doença.

“Pelo que parece, não tenho certeza, pela última informação que eu tive, que está faltando confirmação. Agora a Itália é uma cidade… é um país parecido com o bairro de Copacabana, onde cada apartamento tem um velhinho ou um casal de velhinhos. Então são muito mais sensíveis, morre mais gente”, disse o presidente.

Foi o suficiente para os moradores irem às janelas dos apartamentos e promoverem um ruidoso panelaço, com direito a “Fora Bolsonaro” e outras palavras de ordem, as quais começam a dificultar sobremaneira a situação do presidente da República, que cada vez mais está entalado entre o descontentamento da opinião pública e os dois outros Poderes constituídos (Legislativo e Judiciário).

Depois do panelaço em Copacabana, outros bairros da cidade do Rio de Janeiro (Laranjeiras e Humaitá) também registraram manifestações contra Jair Bolsonaro. Com o compartilhamento nas redes sociais dos vídeos dos panelaços na capital fluminense, outras cidades brasileiras aderiram ao movimento. Às 22 horas, São Paulo e Brasília juntaram-se aos cariocas no protesto contra as declarações estapafúrdias de Bolsonaro.