Em discurso fora da realidade, um Bolsonaro perdido e desconexo anunciou a demissão de Mandetta

 
Além de incompetente e desqualificado para o cargo, Jair Bolsonaro é movido pela mitomania, algo que ficou mais uma vez evidente no discurso em que anunciou a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. O presidente da República disse diante de jornalistas, no Palácio do Planalto, que cada um interpreta as palavras com bem quer, a depender da linha editorial dos veículos de comunicação, como se a imprensa distorcesse suas declarações toscas e absurdas.

Ignorando que desdenhou da pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro afirmou que sempre falou em “vida e emprego”, jamais em “economia e emprego”, em mais uma tentativa de atentar contra a memória da opinião pública e dos jornalistas que acompanham o cotidiano da política nacional.

O presidente deu sinais de viver fora da realidade quando mencionou “volta à normalidade”, algo que não acontecerá enquanto perdurar as incertezas em meio à crise do novo coronavírus. Talvez a normalidade, quando ressurgir no cenário, seja diferente da que o povo estava acostumado.

 
Visivelmente perdido e a reboque de um discurso desconexo com o propósito do anúncio de mudança ministerial, Bolsonaro “ziguezagueou” por diversos assuntos, sempre insistindo na questão política e mirando seu projeto de reeleição. No momento em que o País contabiliza centenas de mortes todos os dias, o presidente insiste em politizar a questão do coronavírus, como se a preservação da vida não merecesse importância.

Sem citar nomes, Bolsonaro aproveitou o pronunciamento para atacar prefeitos e governadores, em especial João Dória Júnior (SP) e Wilson Witzel (RJ), seus potenciais adversários na corrida presidencial de 2022.

Como se nada representasse a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada na quarta-feira (15) e que garantiu aos estados e municípios a prerrogativa de decidir sobre a definição de isolamento social e atividade econômica, o presidente voltou a falar sobre a centralização das decisões no governo federal. Um devaneio jurídico descabido e que não encontra espaço na realidade, mas que só consegue sobreviver no mundo paralelo e obtuso de Bolsonaro.

A exemplo do que citamos em matéria anterior, os brasileiros de bem devem se preparar, pois o espetáculo mambembe capitaneado por Jair Bolsonaro há de continuar, porque o presidente precisa manter sua claque coesa até 2022 para que consiga chegar ao segundo turno da eleição presidencial. Até porque, os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia serão devastadores e interferirão diretamente no voto do cidadão.