Baderneiros de aluguel, caminhoneiros bolsonaristas ocupam a Avenida Paulista, em SP, contra o isolamento

 
Em mais uma ação coordenada pela horda de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que como adepto do totalitarismo não aceita ser contrariado, um grupo de caminhoneiros ocupou duas faixas da Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, como se fosse aceitável interromper o trânsito na via que dá acesso a pelo menos oito dos mais importantes hospitais do País. A situação torna-se ainda mais absurda se considerado o fato de que em meio à pandemia de Covid-19 a capital paulista é a cidade com o maior número de infectados pelo novo coronavírus e a maior quantidade de óbitos pela doença.

Dezenas de caminhoneiros, que deixaram seus veículos estacionados na Avenida Paulista, reclamaram da quarentena decretada pelo governador João Dória Júnior e pelo prefeito paulistano, Bruno Covas, ambos do PSDB. Os caminhoneiros, que apoiam Bolsonaro, cobram a implantação do isolamento vertical, uma “bomba-relógio” em meio à pandemia.

Antes da chegada dos caminhões à avenida, houve uma carreata de vans, a maioria ostentando inscrições contra Dória, principal alvo do protesto e potencial adversário de Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022.

Quando os apoiadores de Bolsonaro chegaram à Avenida Paulista, a Polícia Militar negociou para que os manifestantes deixassem o local às 15h30, ocasião em que deixariam a cidade sob escolta.

 
No horário combinado, os motoristas decidiram descumprir o acordo e permanecer no local porque, segundo eles, atender ao pedido da PM seria o mesmo que acatar ordem do governador João Dória. Ou seja, a manifestação não foi pelo fim do isolamento social, mas contra um possível concorrente de Bolsonaro.

Depois de idas e vidas, além de desacatos por parte dos manifestantes, a PM conseguiu dispersar o movimento com meia hora de atraso.

Um dos manifestantes explicou que os caminhoneiros têm enfrentado dificuldades por conta do isolamento social. É importante destacar que se há uma categoria que não está impedida de trabalhar durante a crise provocada pelo novo coronavírus, esta é a dos caminhoneiros.

Durante o protesto, policiais flagraram vários veículos de manifestantes com placa final par, proibidos de circular nesta segunda-feira em toda a cidade de São Paulo com base nas novas regras do rodízio ampliado.

É preciso que a lei seja cumprida com rigor, sem desrespeitar o direito à manifestação, mas não se pode aceitar que baderneiros de aluguel, cooptados pela súcia bolsonarista paralise a principal via da maior cidade brasileira, provocando congestionamento e colocando em risco a vida de pessoas que dependem da livre circulação de ambulâncias. Além disso, espera-se que as autoridades de trânsito tenham multado os veículos que desrespeitaram o rodízio ampliado.