Após decisão do Supremo, governo Bolsonaro volta a divulgar dados totais sobre a Covid-19 no Brasil

 
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde retomou nesta terça-feira (9) o formato de divulgação da Covid-19 no Brasil, alterado por ordem do presidente da República, que não quer mais do que 1 mil mortes diárias pela doença.

Moraes tomou a decisão na segunda-feira (8) com base em uma ação solicitação de partidos de oposição – PSol, PCdoB e Rede Sustentabilidade – que na ação judicial cobravam a retomada da divulgação completa das informações sobre a Covid-19 no País.

O magistrado considerou haver “grave risco de interrupção abrupta da coleta e divulgação” desses dados e determinou ao Ministério da Saúde que “mantenha, em sua integralidade, a divulgação diária dos dados epidemiológicos relativos à pandemia, inclusive no sítio do Ministério da Saúde e com os números acumulados de ocorrências, exatamente conforme realizado até o último dia 4 de junho”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 32.091 novos infectados pelo coronavírus e 1.272 mortes em decorrência da doença. Com esse novo balanço da Covid-19, o Brasil chega a 739.503 casos e 38.406 óbitos. Antes da atualização, o País tinha 707.412 casos confirmados de Covid-19 e 37.134 mortes.

 
O estado de São Paulo continua com o maior número de casos da doença no Brasil: são 150.138 até o momento. Em seguida aparecem Rio de Janeiro (72.979), Ceará (68.384), Pará (59.148) e Maranhão (52.069).

De igual modo, São Paulo lidera o ranking em número de mortes, com 9.522 óbitos até o momento, seguido por Rio de Janeiro (6.928), Ceará (4.309), Pará (3.853) e Maranhão (3.453).

Os dados totais da epidemia do novo coronavírus no Brasil deixaram de ser divulgados na última sexta-feira (5), quando o portal do Ministério da Saúde dedicado às estatísticas da Covid-19 entrou em manutenção. Desde então, o governo passou a divulgar apenas os números de casos e de óbitos registrados nas 24 horas anteriores, ocultando os dados totais.

Diante da mudança na forma de divulgação dos dados sobre a Covid-19, muitas reações negativas, em especial de partidos de oposição e de órgãos de controle, como o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU), Ministério Público Federal (MPF) e de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ajudaram a pressionar o governo Bolsonaro a retomar o formato anterior de informação.