O presidente da República, Jair Bolsonaro, vez por outra afirma que deve sua eleição ao seu filho Carlos, vereador no Rio de Janeiro e conhecido como “02”, responsável pelo chamado “gabinete do ódio”, que funciona no Palácio do Planalto com dinheiro público para atacar adversários políticos.
A influência de Carlos Bolsonaro sobre o pai é tamanha, que o presidente se descontrola quando recebe alguma informação de bastidor sobre eventual alguma ameaça ao “02”, como, por exemplo, a investigação das “fake news” que avança a passos largos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Considerado como eminência parda do governo e fonte de inspiração para muitos dos desvarios do pai, Carlos saiu à imagem e semelhança do presidente da República, que não mede palavras para atacar desafetos e aliados, muitas vezes com notícias falsas esculpidas com o cinzel da covardia do grupo comandado pelo filho. Toda essa truculência verbal da família Bolsonaro tem como meta atacar a esquerda e intimidar qualquer pessoa que teça críticas ao governo federal.
Por conta dessa verborragia insana, Carlos Bolsonaro é alvo de pedido impeachment protocolado no Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro na segunda-feira (8). O pedido de autoria do vereador Leonel Brizola, do Psol.
No documento, Brizola alega que Carlos Bolsonaro ignora o decoro parlamentar em suas manifestações, que na verdade são provocações ofensivas. O edil psolista lembra, por exemplo, que o filho do presidente da República insinuou que ele [Brizola] “queima ou cheira” e que vereadores do Psol usam drogas.
Brizola ressaltou no pedido de impeachment o descontrole de Carlos Bolsonaro durante sessão virtual da Câmara Municipal, ocasião em que disparou xingamentos dos mais variados aos colegas de Parlamento.
“Carlos Bolsonaro, como o pai, não está preocupado com o sofrimento do povo. Tudo que faz nas sessões é criar confusões, xingar os colegas e atrapalhar o andamento dos trabalhos”, escreveu Leonel Brizola.
É cedo para afirmar que o Conselho de Ética da Câmara carioca deliberará a favor do pedido de impeachment contra Carlos Bolsonaro, mas o cerco começa a se fechar no entorno da família presidencial, que não tem limites e trata a democracia a “coices e pontapés”.