Cármen Lúcia, do STF, rejeita habeas corpus impetrado pela defesa da extremista Sara Giromini

 
Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia rejeitou o habeas corpus impetrado pela defesa da militante bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter e líder do grupo “300 do Brasil”.

Giromini, foi alvo de mandado de prisão por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, em que os manifestantes pedem o fechamento do STF e do Congresso Nacional, além de intervenção militar, pautas que atentam contra a Constituição Federal.

Na última quarta-feira (17), o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Sara Giromini por injúria e ameaça contra Alexandre de Moraes, em decorrência dos ataques ao magistrado após ter sido alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito do inquérito das “fake news”, que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças contra os integrantes da Suprema Corte e seus familiares. MPF sugeriu que a bolsonarista pague a Moraes “no mínimo” R$ 10 mil por danos morais.

Logo após a operação de busca e apreensão, Sara Giromini divugou nas redes sociais um vídeo com ofensas e ameaças a Alexandre de Moraes: “Eles não vão me calar, de maneira nenhuma. Pelo contrário, eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pois agora, meu… e não é que ele mora em São Paulo? Porque se estivesse aqui eu já estaria na porta da casa dele convidando ele para ‘trocar soco’ comigo. Juro por Deus, essa é a minha vontade. Eu queria trocar soco com esse ‘filha da puta’ desse ‘arrombado’! Infelizmente não posso, mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Pois você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor!”.

De acordo com a defesa da ativista, Sara teria agido “pelo calor do momento” ao ofender e ameaçar Alexandre de Moraes. As ameaças foram feitas minutos após a chegada da PF à casa da extremista, no cumprimento de mandado de busca e apreensão.

 
Enviada à 15ª Vara da Justiça Federal em Brasília, a acusação é da lavra do pelo procurador da República Frederick Lustosa, que no documento afirma que Sara valeu-se das redes sociais “para atingir a dignidade e o decoro do ministro, ameaçando de causar-lhe mal injusto e grave, com o fim de constrangê-lo”.

Sara Giromini, que está presa desde a última segunda-feira (15), negou durante depoimento que os integrantes do radical “300 do Brasil” defendam intervenção militar no País, ao mesmo tempo em que disse não ter participado do ataque com fogos de artifício à sede do Supremo, na noite do último sábado (13).

A apoiadora do presidente Jair Bolsonaro abusou da ironia ao afirmar, no depoimento, que os atos comparados aos da “Ku Klux Klan”, grupo supremacista branco norte-americano, teve inspiração em “passagem bíblica”. Ela negou que recebe algum tipo de ajuda financeira do governo Bolsonaro.

A extremista é uma das organizadoras do acampamento na Esplanada dos Ministérios que reuniu militantes a favor do governo Bolsonaro desde o início de maio, mas que acabou sendo desmantelado no último sábado por ordem do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), com a ação de policiais militares. Os integrantes do grupo admitiram que havia armas no local, possivelmente para eliminar integrantes do Poderes que, segundo eles, atrapalham Bolsonaro. Esse comportamento, que está longe de ser liberdade de expressão, é terrorismo.

Giromini usa o pseudônimo Sara Winter, que remete à espiã nazista Sarah Winter née Domville-Taylor, integrante da “União Britânica dos Fascistas” e amiga íntima de Adolf Hitler.