O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu, nesta segunda-feira (29), expulsar a embaixadora da União Europeia (UE) no país, após o bloco europeu anunciar sanções contra 11 funcionários do governo venezuelano por agirem contra os representantes eleitos democraticamente para a Assembleia Nacional.
Durante uma cerimônia no Palácio de Miraflores, sede do Executivo venezuelano, Maduro afirmou que estipulou prazo de três dias para que Isabel Brilhante Pedrosa, representante diplomática da UE, deixe a Venezuela.
“Quem são eles para tentarem se impor através de ameaças? Já basta! Por isso, decidi dar 72 horas para que a embaixadora da União Europeia abandone nosso país”, disse Nicolás Maduro.
Entre os 11 venezuelanos punidos com as sanções europeias está Luis Parra, autoproclamado presidente da Assembleia Nacional com o apoio de um grupo minoritário de deputados fiéis a Maduro, em detrimento ao líder oposicionista Juan Guaidó.
Maduro inclusive ofereceu ajuda à delegação da UE para encontrar voo com destino à Europa, em meio aos vários cancelamentos ocorridos em razão da pandemia de Covid-19. O presidente disse que, se os representantes europeus não respeitam seu governo, devem então deixar o país. “Deve-se respeitar a Venezuela em sua integridade, como nação, como instituição”, afirmou.
A UE sustenta que as sanções têm como alvo os responsáveis por ações contra o funcionamento democrático da Assembleia, através da remoção da imunidade parlamentar de vários de seus membros, inclusive do próprio Guaidó.
Bruxelas também condena a existência de processos judiciais por motivos políticos, assim como a criação de obstáculos para uma solução política para o país e as graves violações aos direitos humanos e restrições de liberdades fundamentais.
A nova leva de sanções aumenta para 36 o número de venezuelanos sujeitos às punições da UE, que incluem proibições de viagens para os países do bloco e o congelamento de bens e ativos no continente.
De acordo com Maduro, as medidas revelam a “posição arrogante” do bloco europeu, que acusou de agir com “racismo” contra o país latino-americano. “A UE acaba no rastro de [Donald] Trump. Que vergonha”, afirmou o tiranete bolivariano, acusando Bruxelas de “se ajoelhar” diante do presidente dos Estados Unidos. (Com agências internacionais)