Eduardo Bolsonaro, o topetudo “03”, afirmou em 2017 que prisão domiciliar é para “ladrão amigo do rei”

 
Tão logo instalou-se no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro repetiu o carcomido mantra do falso moralismo a adotou o discurso da “velha política”, como se ele próprio não fosse um digno (sic) representante dessa casta que assassina a nação com o punhal da politicagem.

Desde os primeiros passos do atual governo, que até o momento não mostrou a que veio – talvez tenha revelado a obsessão pelo retrocesso –, o UCHO.INFO vem afirmando que Jair Bolsonaro é o que se pode chamar de “mais do mesmo”. Afinal, quem permaneceu durante 28 anos no Congresso sem nada fazer em prol do País e colocou três dos cinco filhos na política, não pode ser classificado de outra forma.

Da promessa de combater a corrupção à necessidade de blindar os filhos e a si mesmo para escapar de escândalos e investigações, Bolsonaro não apenas revelou sua verdadeira e condenável essência, mas repetiu o que a classe política brasileira faz há séculos. Tratar apenas dos próprios interesses, sejam presentes ou futuros.

Ainda devendo explicações sobre o suposto empréstimo que teria feito a Fabrício Queiroz e o fato ex-assessor parlamentar ter sido preso em uma propriedade do advogado Frederick Wassef, que então coordenava a defesa do filho Flávio Bolsonaro, o presidente da República escancara suas putrefatas digitais políticas, não sem antes mostrar a necessidade de uma insurgência da parcela de bem da sociedade.

Esse comportamento dual e condenável de Bolsonaro fez história e se espalhou pelo seio familiar, a ponto de ter se impregnado na essência dos filhos, que, ao que parece, são fãs do dito popular ‘farinha pouca, meu pirão primeiro”.

 
É o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro, o filho “03”, que não repete, em pé, o que escreve sentado. Em 18 de dezembro de 2019, Eduardo Bolsonaro, em sua conta no Twitter, escreveu: “Ladrão de galinha ir para a cadeia e ladrão amigo do rei para prisão domiciliar (leia-se mansão) é sinônimo de impunidade. Infelizmente juízes se utilizam de brechas nas leis para favorecer alguns. É preciso revogar o instituto da prisão domiciliar”.

Na ocasião, Eduardo Bolsonaro fez referência ao fato de que um dia antes o empresário Marcelo Odebrecht, depois de meses encarcerado na custódia da Polícia Federal em Curitiba, migrara para a prisão domiciliar na esteira de decisão da Justiça e de acordo com o que foi acordado no âmbito do acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Passadas algumas horas da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, de conceder prisão domiciliar a Fabrício Queiroz, o operador das malfadas e criminosas “rachadinhas”, o falso moralista Eduardo Bolsonaro ainda não se manifestou. Talvez porque Queiroz saiba muito mais do que a família presidencial gostaria.

Eduardo Bolsonaro deveria rever os próprios conceitos, se é que sua massa cinzenta permite tamanho arroubo, pois Queiroz conquistou o benefício da prisão domiciliar pelo fato de ser amigo do rei – talvez seja um financiador real -, beneficiado por brechas na lei que sequer existem, mas que Noronha conseguiu enxergar para manter o sonho de um dia chegar ao STF.

Ademais, se o devaneio jurídico de Eduardo Bolsonaro tivesse avançado sobre a seara da realidade, talvez ele e os irmãos estariam, a essa altura, roendo as unhas das mãos e dos pés, já que as transgressões da família presidencial são casos de polícia, como tem visto o País.

Para a infelicidade geral da nação, corajoso nos tempos atuais é aquele que exibe físico tonificado, defende o armamento da população e adota discurso de ódio contra adversários políticos e ideológicos, apenas porque desejam impor aos cidadãos uma ditadura travestida de democracia. Na verdade, corajoso é aquele que assume os próprios atos e as próprias palavras, independentemente das circunstâncias. Em suma, Eduardo Bolsonaro, que insiste em ser arquétipo do pai, é covarde com todas as letras.

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