O Departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira (22) que ordenou o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas, decisão fortemente criticada pelo governo de Pequim, que prometeu reagir.
A ordem de Washington foi dada em meio a tensões políticas e econômicas que se arrastam há alguns meses entre as duas maiores potências econômicas do planeta. O governo da China ameaçou o governo Trump com retaliações.
De acordo com o Departamento de Estado, o fechamento do consulado da China em Houston visa proteger a propriedade intelectual americana e a informação privada dos cidadãos locais. Contudo, o governo do presidente Donald Trump não esclareceu por que agiu contra a representação diplomática em Houston.
“Os diplomatas devem respeitar as leis e as normas do Estado receptor e têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, em entrevista à emissora americana CNBC.
O Departamento de Estado garantiu que os EUA não tolerariam violações da China à soberania americana, além da intimidação da população. “Do mesmo modo, que não toleramos as práticas comerciais injustas desse país, o roubo de empregos americanos e outros comportamentos atrozes”, apontou Ortagus.
Um funcionário do governo americano afirmou que o consulado dos EUA em Wuhan, que foi fechado no fim de janeiro, não será reaberto. Além da embaixada em Pequim, os EUA têm consulados em Xangai, Guangzhou, Chengdu e Shenyang.
A imprensa de Houston noticiou que os bombeiros foram ao prédio do consulado na noite de terça-feira por conta de relatos de fogo no local. Testemunhas relataram que pessoas dentro do consulado estavam queimado papel no que pareciam ser latas de lixo, segundo o jornal “Houston Chronicle”. Os bombeiros, porém, não puderam entrar no prédio.
O governo de Pequim havia divulgado na terça-feira que os Estados Unidos exigiram o fechamento imediato do consulado em Houston, medida classificada como “uma escalada sem precedentes nas recentes ações contra a China”.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país asiático, Wang Wenbin, disse que o pedido americano foi de fechamento imediato da instalação, a partir de sexta-feira.
“Uma violação das normas internacionais e dos acordos consulares entre os dois países, assim como uma tentativa de enfraquecer as relações bilaterais”, disse o funcionário da chancelaria.
Segundo Wenbin, a decisão representa um aumento na escalada de medidas que os Estados Unidos adotam contra a China. “Pedimos que se retratem dessa decisão equivocada ou, do contrário, a China fará represálias legítimas e necessárias”, concluiu.
Em baixa nas pesquisas eleitorais, Donald Trump, que em novembro próximo buscará a reeleição, cria factoides para tentar atrair a atenção dos eleitores desgarrados, que na eleição anterior lhe garantiram uma temporada na Casa Branca. A decisão do governo americano de exigir o fechamento do consulado chinês em Houston pode gerar algum impulso na candidatura de Trump, mas as consequências econômicas para os EUA podem ser graves. (Com agências internacionais)
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