(*) Carlos Brickmann
Por volta de 1979, o Brasil estava entre os maiores produtores de cacau do mundo, com exportações de algo como US$ 1 bilhão. Em 89, uma grande praga de vassoura de bruxa devastou os cacauais. Desfez fortunas, destruiu o poder político dos cacauicultores, liquidou empregos. A Bahia, tradicionalmente PFL, caiu nas mãos do PT. A destruição do cacau foi um ato deliberado. Sempre se desconfiou do PT, mas aqui temos o comprovante:
Luiz Henrique Tenório, à época militante do PT, confessa ter colhido mudas da vassoura de bruxa em Rondônia para destruir as plantações baianas. Hoje, arrependido, diz que não imaginava tamanha devastação, tamanha perda de emprego: achava que haveria um susto e, em pouco tempo, órgãos técnicos ligados ao PT resolveriam o problema e sairiam como heróis. O Brasil levou pouco mais de 30 anos para dar um jeito na vassoura de bruxa. Luiz Henrique Tenório demorou, mas confessou. Disse estar pronto para assumir a destruição ambiental. Mas quer que os demais envolvidos também paguem pelo crime. “Tinha de confessar. Não o fiz antes de tantas ameaças que sofri. E a terra onde nasci, onde minha família vive, teve a economia destruída”.
A situação já melhorou: com cacau orgânico, plantado sob grandes árvores da Mata Atlântica, a produção se ampliou, e o cacau é de qualidade alta. A questão agora é tomar conta do cacau: já se sabe que há criminosos prontos a destruir grandes riquezas agrícolas do país por motivos partidários.
Eles são os bons
Nove milhões e meio de trabalhadores da iniciativa privada tiveram cortes pesados nos salários. Mas quem ganha mais manteve os salários em dia: Paulo Guedes, o feroz cortador de salários de trabalhadores, vetou qualquer possibilidade de reduzir vencimento de servidores públicos. E o Supremo vetou qualquer redução de verbas, tanto para o Legislativo quanto para o Judiciário, durante a pandemia. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pensou em reduzir as verbas, mas Paulo Guedes proibiu os cortes.
Mordoca da boa
A verba mensal de gabinete, de R$ 111 mil, e o cotão, que vai de R$ 30,7 mil a R$ 45,6 mil, continuam em pleno vigor.
Frase definitiva
A humanidade só é viável se conseguirmos manter a proporção dos idiotas militantes abaixo dos 20%.
Corrigindo
No domingo passado, esta coluna cometeu um erro: disse que, quando Fernando Henrique deixou o cargo para disputar a Presidência, quem liderou a implantação do Plano Real foi Ciro Gomes. Na verdade, foi o embaixador Rubens Ricupero. Ciro Gomes assumiu alguns meses mais tarde. Ricúpero não encheu a Fazenda de diplomatas: levou três ou quatro para trabalhar com ele, todos profissionais de alta qualidade técnica.
Me prende! Me prende!
Roberto Jefferson está em plena campanha para ser processado por algum ministro do STF. Dá entrevistas dizendo que são todos comunistas, que os dois que vieram da Justiça do trabalho são juízes meia-boca, que nove dos ministros têm o rabo preso e dois têm o rabo solto. Quer se colocar como vítima – o primeiro processo que sofrerá a não ser movido pela Lava Jato.
O horror aos comunistas
Roberto Jefferson, que nunca tinha sido disso, agora cismou que os ministros do Supremo são incompetentes, homossexuais, comunistas e sabe-se mais o que. Imaginemos, como diz Roberto Jefferson, que alguns sejam homossexuais. E daí? Isso anula sua capacidade de julgamento? Que tem a ver a eventual homossexualidade de algum ministro com sua capacidade de julgamento? Digamos que ser apanhado roubando seja algo mais grave. E o partido de Jefferson, o PTB, já circulou muito nos meios comunistas nos tempos de Brizola. Agora resolveram se afastar dos comunistas?
Em busca de proteção
O presidente Bolsonaro resolveu que, embora tenha contraído a Covid, deve circular pelas ruas como se infectado não estivesse.
E está: passa para outras pessoas vírus à vontade. E infecta pessoas que confiam em sua presença. Não usa máscara, e seus partidários pegam o que for preciso.
Quando se diz que para ele tanto faz a saúde dos outros, ainda fica bravo.
A hora da vacina
A Covid ganhou nova força – e, ao mesmo tempo, há muita gente na rua, se amontoando. É torcer para que as vacinas ganhem força e sejam colocadas à disposição do povo. Sejam chinesas, inglesas, americanas, serão vacinas que nos ajudarão a sobreviver.
(*) Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação. Diretor da Brickmann & Associados, foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes; repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S. Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.
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