Desde a campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirma que Jair Bolsonaro é desprovido de competência e estofo para cargo de tamanha responsabilidade e importância como a Presidência da República. Insistindo em governar debaixo de uma cartilha ideológica insana e inaceitável, Bolsonaro aposta na cizânia da opinião pública para manter-se no poder e eventualmente garantir a reeleição, que ele mesmo disse que não disputaria.
O despreparo de Bolsonaro, assim como de seus principais assessores, avança sem cerimônia na direção dos filhos do presidente, que agem como se fossem donos do País, crentes de que todos devem se submeter aos seus desvarios ideológicos.
Quando Bolsonaro e o filho Eduardo decidiram esparramar sabujice na Casa Branca, em ato vexatório para qualquer brasileiro de bom-senso, este noticioso afirmou, sem medo de errar, que a atitude proporcionaria enormes prejuízos ao País. Isso porque o governo americano pouca importância dá a salamaleques nauseantes, pois o interesse é solucionar os problemas da maior potência do planeta.
Para piorar um cenário que de chofre já era preocupante, ambos [Jair e Eduardo] passaram a acalentar a falsa ideia de que Donald Trump, é amigo da família Bolsonaro e do Brasil e que isso facilitaria o caminho do governo brasileiro em suas incursões internacionais.
A mais recente epopeia envolvendo a família presidencial tem a campanha de Trump à reeleição. Eduardo Bolsonaro usou sua conta no Twitter para declarar apoio a Trump e aproveitou para desacreditar, a reboque de mentiras, integrantes do Partido Democrata, que tem Joe Biden como candidato à Casa Branca.
A atitude de Eduardo gerou imediata reação dos democratas americanos, que na pessoa do senador Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, solicitou, em postagem em rede social, que a família Bolsonaro fique de fora da eleição americana. “Nós já vimos esse filme antes. É vergonhoso e inaceitável. A família Bolsonaro precisa ficar de fora da eleição dos Estados Unidos”, escreveu Engel.
Em defesa de Eduardo Bolsonaro saiu o embaixador do EUA no Brasil, Todd Chapman, que em entrevista defendeu a liberdade de expressão. O filho de Bolsonaro agradeceu pela defesa feita pelo diplomata estadunidense, fazendo uso de alegações descabidas e sem qualquer possibilidade de comprovação, como, por exemplo, a existência do marxismo no Brasil.
“Obrigado Embaixador Todd Chapman, estamos unidos na defesa da liberdade e contra a tirania marxista em nosso país”, escreveu Eduardo Bolsonaro, que continua chafurdando no cocho da guerra ideológica, como se no Brasil a democracia inexistisse.
Eliot Engel foi à tréplica e escreveu em rede social: “Ninguém está contestando o direito de Eduardo Bolsonaro falar livremente, mas as eleições dos EUA são para os americanos decidirem. Depois de tudo o que aconteceu na eleição de 2016, o nosso embaixador não deveria saber disso?”. As palavras de Engel confirmam conteúdo de matéria anterior do UCHO.INFO sobre a polêmica.
Caso o presidente Jair Bolsonaro tivesse doses rasas de responsabilidade, não seria subserviente à Casa Branca e impediria que o filho Eduardo protagonizasse patacoadas diplomáticas que comprometem de forma severa o Brasil.
Extremamente dependente da China no campo do comércio internacional, em especial no tocante à venda de soja e carne ao gigante asiático, o Brasil avançará sobremaneira na direção de um funil comercial que pode trazer sérias consequências à economia nacional, caso insista nessa política externa pautada pela subserviência aos EUA.
Temendo a possibilidade de tropeçar na tentativa de conquistar mais um mandato, Donald Trump busca cortinas de fumaça para alavancar dar injeção de ânimo em sua campanha rumo à reeleição. E um desses factoides envolve a tecnologia 5g, de telefonia celular, desenvolvida pela chinesa Huawei.
Sem ter condições de produzir equipamentos 5G com a mesma quantidade e velocidade dos chineses, os EUA estão diante de um dilema que migrou para a seara da política externa. A Casa Branca tem pressionado outros países a barrarem o 5G da Huawei, com direito a ameaças disparadas sem qualquer grama de cerimônia.
O Brasil, que necessita evoluir em termos de tecnologia de comunicação, depende do 5G para avançar nesse setor. Por isso manter a Huwaei no leilão do 5G é importante para o País.
No contraponto, a Casa Branca está incomodada com o posicionamento do governo brasileiro e tem recorrido a ameaças descabidas, sem que Bolsonaro tome qualquer atitude para rebater essa ingerência americana. O embaixador dos EUA, Todd Chapman, disse que o Brasil terá “consequências” econômicas negativas caso decida manter a Huawei no leilão do 5G, agendado para o próximo ano.
Chapman entende que a presença da gigante chinesa de telecomunicações no leilão de 5G deve fazer com que companhias “baseadas na propriedade intelectual” evitem investir no Brasil. O que não é verdade.
Resumindo, Bolsonaro e Trump, conhecidos internacionalmente pela incompetência, decidiram se unir para fazer a China cada vez maior. Somente os ignaros em termos de governança são capazes de uma atitude como essa.
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