A economia brasileira registrou queda de 10,94% no segundo trimestre de 2020, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (14).
O indicador é considerado uma “prévia” do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a o comportamento da economia. O resultado oficial do PIB do segundo trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1º de setembro.
Se a retração do PIB se confirmar no segundo trimestre deste ano, o Brasil terá entrado oficialmente em “recessão técnica”, ou seja, recuo do nível de atividade por dois trimestres consecutivos.
Nos três primeiros meses deste ano, a economia já havia registrado retração de 1,5%, piorando ainda mais o cenário herdado de 2019, quando, segundo o IBGE, o PIB cresceu 1,1%, pior desempenho em três anos.
O recuo entre abril e junho deste ano foi verificado pelo Banco Central na comparação com o primeiro trimestre de 2020. O valor foi calculado após ajuste sazonal, “compensação” usada para comparar diferentes períodos do ano na seara econômica.
A queda da atividade econômica acontece em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Não fosse o auxílio emergencial, que vem sendo pago aos tropeços e com restrições para movimentação dos recursos, a tragédia certamente seria maior.
Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado o início de uma retomada no Brasil, em setores como indústria e comércio, mas é preciso aguardar o fim do ciclo do auxílio emergencial para saber como a economia se comportará.
Considerando que 107 milhões de brasileiros se inscreveram no auxílio emergencial, o horizonte não é dos melhores para a economia. Além disso, a fanfarronice do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus tem prejudicado sobremaneira a economia brasileira, a exemplo do que alertou o UCHO.INFO logo no início da crise sanitária da Covid-19.
Com a politização da pandemia no território nacional, algo que aconteceu por obra e graça de Bolsonaro, o combate ao vírus SARS-CoV-2 migrou para a seara ideológica, como se um assunto de tamanha gravidade pudesse ser tratado dessa maneira. O comportamento míope do Palácio do Planalto no palco da pandemia começa a produzir reflexos na economia, que não tão cedo sairão de cena.
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