Homem negro baleado pelas costas em ação policial nos EUA está com corpo parcialmente paralisado

 
O pai de Jacob Blake, o homem negro de 29 anos baleado pelas costas, diante dos filhos, em ação policial na cidade de Kenosha, no estado norte-americano de Wisconsin, disse ao jornal “Chicago Sun Times” que o filho está com o corpo paralisado da cintura para baixo, o que pode significar paraplegia. O pai de Blake ainda não sabe se as sequelas serão permanentes.

Emocionado, o pai da vítima disse: “Quero colocar minha mão sobre a bochecha de meu filho e beijar a sua testa. Aí, ficarei OK”.

Blake foi alvejado por policiais na tarde do último domingo (23). De acordo com a imprensa americana, a polícia esteve no local para atender a um chamado sobre briga doméstica. A corporação não deu detalhes sobre a ocorrência.

Um vídeo gravado do outro lado da rua onde aconteceu a abordagem invadiram as redes sociais ao redor do planeta e iniciaram nova onda de protestos contra o racismo e contra a violência policial nos Estados Unidos. Após confrontos e depredações, o governo do Wisconsin apelou aos soldados da Guarda Nacional para conter os tumultos.

 
Matéria relacionada
. EUA: protestos eclodem em Wisconsin após novo caso de violência policial contra homem negro

De acordo com o relato do pai, Jacob Blake tinha oito perfurações no corpo. Oficialmente, não se sabe quantos policiais atiraram nem quantas balas atingiram o homem. Até o momento, a polícia não informou se Blake estava armado ou por qual razão atiraram pelas costas, quando a vítima entrava no próprio carro.

O advogado Ben Crump, que representa a família de Blake, disse que três dos seus filhos estavam no carro no momento em que ele foi baleado. As crianças têm entre 3 e 8 anos.

Policiais envolvidos na ação estão temporariamente suspensos das atividades quando na verdade deveriam estar presos temporariamente para não comprometer o andamento das investigações, que até agora não teve dados divulgados pelas autoridades.

A ação ocorre pouco menos de três meses depois da morte do ex-segurança negro George Floyd, morto em operação policial em Minneapolis após ter o pescoço prensado pelo joelho de um policial. O caso gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos e em todo o planeta, além de ter impulsionado o movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam).

O episódio acontece em momento difícil para o presidente dos EUA, Donald Trump, que tenta a reeleição a bordo de um discurso eminentemente voltado para brancos, que representam aproximadamente 60% da população do país, mas que têm cobrado das autoridades de medidas antirracistas.

Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.