Maior cidade do País e uma das dez maiores do planeta, São Paulo prepara-se para as eleições municipais em meio aos efeitos colaterais da pandemia do novo coronavírus e sem que a maioria dos pretendentes ao trono paulistano tivesse apresentado até o momento razões plausíveis para as respectivas candidaturas.
Pela importância política e pujança econômica, a cidade de São Paulo merece uma realidade eleitoral distinta da que hoje, mais uma vez se apresenta. A política exige renovação, mas o que os paulistanos têm encontrado é um amontoado de inexperientes que abusam da retórica fácil e das redes sociais para de novo como forma de enganar o eleitor. Esse cenário se repete em outras importantes capitais brasileiras, onde a delinquência política grassa por todos os cantos.
Como sempre afirma o UCHO.INFO, administrar uma cidade com o tamanho e os problemas de São Paulo não é tarefa fácil, pelo contrário, principalmente por causa de um orçamento cada vez mais apertado e a persistência do sonho de muitos brasileiros de que a capital dos paulistas continua sendo o Eldorado. Se em tempos de normalidade administrar a Pauliceia Desvairada é tarefa hercúlea, em meio à pandemia o desafio cresce de maneira assustadora. Ou seja, não é assunto para amadores nem para paraquedistas políticos.
Diante de um quadro como esse, o eleitor precisa se preocupar com as questões políticas e, dentro do possível, eleger um candidato com capacidade para administrar uma cidade que abriga mais de 12 milhões de pessoas (dados de 2018) e tem problemas e cobranças na mesma proporção. Em outras palavras, caso seja impossível fazer uma escolha certa, que ao menos seja “menos errada”. Afinal, uma cidade com esse perfil não pode ser picadeiro para disputas políticas e ideológicas, como já sugerem alguns candidatos.
Se por um lado, em lampejo de sorte, o eleitor paulistano não terá de aturar os candidatos presencialmente em razão da pandemia, por outro precisa se precaver contra os milagreiros de plantão que surgirão nas telinhas (televisão, computador e smartphones), prometendo aquilo que sabem ser impossível cumprir.
Há nesse período pré-eleitoral dois alertas que somos obrigados a fazer. O primeiro é que não se deve acreditar em promessas mirabolantes, pois a crise da Covid-19 corroeu o bolso do cidadão, o que continuará causando impacto nos cofres paulistanos. E sem dinheiro em volume suficiente é impossível equacionar em doses mínimas uma cidade como São Paulo. Em outras palavras, bom-senso e pé no chão não fazem mal ao eleitor consciente.
O segundo alerta serve para que o eleitor não perca tempo com alguns candidatos, que entraram na disputa pela Prefeitura de São Paulo de olho nas eleições de 2022. Aliás, todos os candidatos estão a agir da mesma maneira. Traduzindo, muitos candidatos ao comando da capital paulista entraram no páreo com o objetivo de ganhar visibilidade política maciça em curto espaço de tempo e alavancar os respectivos planos eleitorais.
Além disso, alguns transformarão a disputa que se aproxima em cornucópia particular, seja para encher o próprio bolso – que ninguém venha com falso bom-mocismo, pois o caixa 2 continua sonante –, seja para financiar uma eventual candidatura à Câmara dos Deputados ou à Assembleia Legislativa daqui a dois anos. Sem citar nomes, há vários candidatos que se encaixam nesse quadro. Basta redobrar a atenção, pois é fácil identificá-los.
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