Com mais brasileiros em busca de trabalho, número de desempregados chega a 13,7 milhões, revela o IBGE

 
Enquanto o presidente da República se dedica ao projeto de reeleição e o ainda ministro da Economia dispara de forma alternada suas sandices discursivas, o brasileiro continua enfrentando os efeitos colaterais de uma crise econômica que está longe do fim. E um dos mais temidos fantasmas dessa trágica epopeia é o desemprego, que cresceu durante a pandemia do novo cornavírus, em vigência no País há quase sete meses.

Com mais pessoas procurando uma vaga de trabalho e menos pessoas em atividade, a taxa de desemprego aumentou no País, saltando de 13,2% na terceira semana de agosto para 14,3% na quarta semana do mês. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), cujos dados foram divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o mais elevado desde que a pesquisa começou a ser realizada, em maio passado.

O contingente de desempregados chegou a 13,7 milhões na quarta semana de agosto, aproximadamente 1,1 milhão a mais que o registrado na terceira semana do mês. Se por um lado a retomada das atividades econômicas, mesmo que ainda com restrições, e a flexibilização do isolamento social têm levado mais pessoas a procuraram trabalho.

“Quando estava com as medidas restritivas, as pessoas não podiam se locomover, não podiam buscar emprego, as empresas estavam fechadas. Agora vamos ver como o mercado de trabalho responde a essa maior procura (por emprego)”, disse Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

 
Apesar do aumento do número de pessoas buscando trabalho, o total de brasileiros ocupados recuou para 82,2 milhões na quarta semana de agosto, cerca de meio milhão de pessoas a menos em apenas uma semana. Isso mostra que os efeitos colaterais da crise continuam em marcha.

Para piorar um cenário que é ruim e preocupante, a taxa de informalidade subiu de 33,4% na terceira semana de agosto para 34% na quarta semana do mês. Esse dado demonstra de forma clara que a tragédia social revelada de maneira ampliada pela pandemia tende a aumentar, já que o o maior número de demissões está relacionado ao avanço da informalidade. E a supressão de direitos decorrentes do trabalho informal compromete ainda mais o quadro.

O panorama mostra-se assustador quando analisados os números relativos à parcela da população à margem da chamada força de trabalho, ou seja, pessoas que não estavam trabalhando nem procuravam emprego, chegou a 74,4 milhões na última semana de agosto. Desse total, ao menos 26,7 milhões afirmaram que gostariam de trabalhar. Aproximadamente 16,8 milhões de desempregados disserem que gostariam de trabalhar, mas não saem em busca de emprego por causa da pandemia do novo coronavírus ou pela dificuldade de encontrar uma vaga na localidade em que residem.

Com o passar dos dias e a redução dos efeitos da pandemia, o desemprego deverá aumentar, já que mais pessoas sairão em busca de uma vaga de trabalho. Isso evidenciará ainda mais a incompetência do governo na área econômica, uma vez que o ministro Paulo Guedes continua abusando da retórica fácil e ufanista, com direito a uma ideia nova e mirabolante a cada novo dia que surge.

Após o fim do auxílio emergencial, marcado para 31 de dezembro, a realidade econômica do País tende a piorar, pois até o momento não há consenso no governo sobre equacionar a crise que tira o sono do cidadão. Nesse tatame oficial se contrapõem o populismo barato de Bolsonaro e o liberalismo econômico da década de 50 defendido por Guedes. A conferir!

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