Fundo Monetário Internacional melhora previsão para o PIB brasileiro em 2020

 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá recuar 5,8% em 2020, em meio aos impactos negativos da pandemia do novo coronavírus.

A previsão consta no novo relatório Panorama Econômico Mundial, publicado na terça-feira (13). O dado é um pouco mais otimista do que a projeção divulgada em junho, que havia apontado um tombo de 9,1% em 2020. Também está próximo da previsão negativa que o FMI havia divulgado em abril (recuo de 5,3%).

Embora a projeção tenha melhorado, a queda de 5,8%, se confirmada, será a maior retração desde 1962, quando teve início a série histórica disponibilizada pelo Banco Central. Tanto os dados de abril quanto os disponibilizados nesta terça-feira apontam para uma queda maior até do que a de 1990, a pior da série, quando o PIB brasileiro teve queda de 4,35%. O segundo maior recuo foi em 1981, com 4,25%.

Em janeiro, antes de a crise do novo coronavírus atingir proporções globais, o FMI havia previsto que o PIB brasileiro poderia crescer 2,2% em 2020.

Os números do FMI continuam um pouco piores do que a previsão Focus da semana passada. As instituições financeiras do Brasil que compõem o relatório previram uma queda de 5,03% neste ano. Para 2021, os dados do FMI continuam mais otimistas, embora tenham sido revisados para baixo, apontando uma recuperação mais lenta do crescimento. Na projeção divulgada nesta terça-feira, o FMI estima um crescimento de 2,8% no PIB brasileiro. No relatório anterior, de junho, a previsão de crescimento em 2021 foi de 3,6%.

Os números ainda mostram o Brasil numa situação melhor do que o restante da América Latina e do Caribe. Na região, a projeção do FMI aponta para uma queda de 8,1% neste ano. Um dos destaques negativos é o México, que deve ter uma queda de 9% no PIB. Na Venezuela, que já estava assolada por uma grave crise econômica antes mesmo da pandemia, a queda em 2020 deve ser de espantosos 25%, segundo o FMI.

A previsão de crescimento da região em 2021 aponta uma alta de 3,6%, maior do que o crescimento esperado para o Brasil. Os números brasileiros também continuam piores do que o dos países emergentes como um todo, que devem sofrer, em média, uma queda de 3,3%.

 
Cenário global menos pessimista

Em junho, o FMI havia apontado que a economia global sofreria uma retração de 4,9% em 2020 em razão da pandemia. O dado agora é um pouco melhor: queda de 4,4%. Entre as grandes economias do mundo, apenas a China deve registrar algum crescimento. Segundo o FMI, o país deve crescer 1,9% em 2020 e 8,2% em 2021. Em junho, o fundo havia apontado que a China registraria um crescimento de 1%.

A crise deve ser grave nos países desenvolvidos, que devem registrar, em média, uma retração de 5,8%. Apesar disso, o dado também apresentou uma melhora: em junho, a queda prevista era de 8%.

Para os Estados Unidos, o FMI prevê agora uma queda de 4,3% no PIB, ante 8% em junho. Mas nem todos os países desenvolvidos viram suas projeções melhorarem substancialmente. O Reino Unido, o país europeu que contabiliza o maior número de mortes por Covid-19, deve sofrer uma queda de 9,8%, segundo o FMI. Em junho, a previsão era de 10,2%.

As previsões da zona do euro também melhoraram um pouco, com uma queda prevista de 8,3%, antes 10,2% em junho. Para 2021, o relatório aponta previsão de crescimento de 4,2% na Alemanha e 5,2% na Itália. A Alemanha, segundo o novo relatório do FMI, deve sofrer uma retração de 6% no seu PIB. Em junho, a queda prevista foi de 7,8%.

“Todas as regiões de mercados emergentes e de economias em desenvolvimento devem contrair este ano, incluindo notavelmente a Ásia, onde grandes economias, como Índia e Indonésia, continuam tentando controlar a pandemia”, indica o relatório do FMI.

O FMI ainda adverte que a pandemia “vai reverter o progresso feito desde a década de 1990 na redução da pobreza global”.

Segundo a organização, a economia mundial só deve se recuperar de fato quando os riscos da pandemia forem mitigados, especialmente com a disponibilização de uma vacina. “A atividade econômica deve permanecer subjugada. Portanto, os formuladores de políticas devem evitar a retirada do apoio econômico rapidamente e manter os gastos com redes de segurança social”, aponta o relatório.

Embora os dados ainda continuem negativos, o FMI aponta que existem algumas “razões para ter esperança”. “Os testes foram acelerados, os tratamentos estão melhorando e os testes de vacinas prosseguiram em um ritmo sem precedentes, com alguns agora na fase final.” (Com agências internacionais)

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