Licenciado por causa do dinheiro na cueca, Chico Rodrigues terá direito a imóvel funcional e plano de saúde

 
Em matéria publicada na edição de terça-feira (20), o UCHO.INFO afirmou que o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com R$ 33 mil escondidos na cueca, licenciou-se do mandato e ajudou o Senado a aplicar um vergonhoso drible no Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria ter levado adiante a decisão do ministro Luís Roberto Barroso pelo afastamento do parlamentar pelo período de 90 dias.

Pressionado por vários senadores para licenciar-se do cargo, com o objetivo de evitar confronto com o STF, Rodrigues inicialmente decidiu ficar longe do Senado durante 90 dias, mas esse período permitiria a retomada do mandato a qualquer tempo. Foi então que o senador do “dinheiro na cueca” estendeu o prazo da licença para 121 dias.

Essa manobra de Chico Rodrigues permitiu que o próprio filho (Pedro Arthur Ferreira Rodrigues), seu primeiro suplente, assumisse o seu mandato, enquanto se dedica à defesa, sem direito a salário. Apesar dessa mudança, Chico Rodrigues continuará usufruindo da influência política e da estrutura do gabinete parlamentar.

 
Como sempre afirma este portal, a presunção de inocência, tão bem definida no artigo 5º da Constituição Federal, inciso LVII (“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”), deve prevalecer, mas o despacho do ministro Barroso enfatizou a necessidade do afastamento, que é diferente de licenciar-se do mandato.

Na mencionada matéria, este noticioso afirmou que de algum modo Chico Rodrigues usufruiria das benesses do cargo, o que se confirmou horas depois. Mesmo licenciado, o senador roraimense manteve o direito de permanecer no imóvel funcional, em Brasília, e de usufruir o plano de saúde franqueado pelo Senado, um dos mais cobiçados do País.

Quando afirmamos que a licença era um drible que o Senado estava a aplicar no STF, muitos discordaram, mas é preciso ressaltar que o filho de Chico Rodrigues, na condição de suplente no exercício do cargo, terá direito a apartamento funcional e a plano de saúde. Ou seja, o Senado gastará o dobro para salvar um parlamentar que poderia comprovar a origem lícita do dinheiro encontrado pela PF em suas nádegas, evitando aborrecimentos e gastos desnecessários.

A estratégia montada pelo Senado para salvar Chico Rodrigues teve como pano fundo a preocupação dos parlamentares com a possibilidade de a decisão do ministro Luís Roberto Barroso transformar-se em regra, já que muitos parlamentares são investigados por ilícitos dos mais diversos ou em breve serão alçados à mira da PF, pois no Brasil política faz-se com muito dinheiro.

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