Imoral e homofóbico, Bolsonaro visita o Maranhão e diz que guaraná cor-de-rosa é coisa de “boiola”

 
Que o presidente Jair Bolsonaro chafurda no cocho da delinquência intelectual o planeta já percebeu, mas a essência homofóbica de algumas de suas toscas declarações não pode ser tolerada, mesmo que seus descontrolados apoiadores digam que ser apenas uma brincadeira ou o jeito chulo e informal de um desqualificado se manifestar. Aliás, a Justiça já deveria ter interpelado o presidente da República por crime de intolerância, mas não o faz por entender que se trata de episódio menor.

A reboque de seu comportamento raso e debochado, o que envergonha a maioria dos brasileiros, Bolsonaro sugeriu nesta quinta-feira (29), durante visita oficial ao Maranhão, que o tom rosado de um refrigerante famoso na região é o predileto dos homossexuais. O presidente foi além em sua preconceituosa declaração e, após ingerir o Guaraná Jesus (extremamente doce e com sabor de canela), insinuou que os maranhenses são “boiolas”.

“Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso?”, disse o presidente entre gargalhadas. “Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense”, afirmou o desqualificado.

Constantemente assediado por apoiadores, que sem máscara de proteção pediam para tirar fotos ao seu lado, Bolsonaro voltou a insistir na piada e disparou: “Guaraná cor-de-rosa. Fodeu, fodeu”.

As infames e preconceituosas piadas de Jair Bolsonaro foram transmitidas ao vivo na internet por sua equipe, o que mostra o nível de um governo imoral e insensível. Se a assessoria presidencial não tem competência para detectar um escárnio cometido pelo chefe do governo e transmite o destampatório na rede mundial de computadores, cada um deve responder solidariamente pelo crime de intolerância, pois o silêncio endossou a violência verbal. Bolsonaro repete o ex-presidente Lula, que desferiu o mesmo ataque aos moradores de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

 
Na verdade, o governo Bolsonaro é um ajuntamento de oportunistas de plantão com despreparados conhecidos, todos amparados na bisonha participação dos militares, que continuam acreditando que intimidam a sociedade com ameaças camufladas à democracia e ao Estado de Direito, e no questionável apoio dos corruptos de sempre.

Durante a corrida presidencial de 2018, o UCHO.INFO afirmou que o brasileiro não demoraria para se arrepender de ter votado em um incompetente e desprovido de estofo para cargo de tamanha responsabilidade e relevância.

Sobre a insistência do presidente em fazer piadas de cunho homofóbico, talvez o confortável divã do analista da esquina mais próxima possa desvendar essa obsessão, quase um caso mal resolvido.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), reagiu à deselegância criminosa de Bolsonaro e escreveu no Twitter: “Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado.”

Na Psicologia, a projeção é considerada um mecanismo de defesa no qual os atributos indesejados de determinada pessoa são transferidos a terceiros, às vezes tornam-se objetos de agressões verbais torpes e genéricas, como as balbuciadas por Jair Bolsonaro. Fica a sugestão à cúpula do governo para quem procurem em Brasília um chaveiro especialista em armário. Até porque, porta emperrada não abre nas primeiras tentativas.

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